Everton Crema

ESTÁ MAIS DIFÍCIL APRENDER/ENSINAR HISTÓRIA HOJE!?

Everton Carlos Crema



É tempo de nós, historiadores, nos responsabilizamos por explicar o que fazemos, como fazemos, e porque é importante fazer. Não é apenas o público que está confuso sobre o papel e o estatuto da história. A maioria dos formandos em história tem pouca noção da vocação do historiador ou sobre como seus professores aprenderam o que ensinam. Não é preciso dizer, a situação dos estudantes do ensino médio é ainda mais complicada, já que a história é muitas vezes soterrada por um currículo generalizante de estudos sociais. Ademais, cursos de história, em todos os níveis, são geralmente concebidos para organizar um objeto especifico e não para cultivar um modo de pensar o passado. (APPLEBY; HUNT; JACOB, 2011, p. 367).

Parte da reflexão que desejamos fazer passa pela História como conhecimento e atributo da humanidade, um modo específico do pensamento. Ao mesmo tempo como disciplina científico-didática, ensinada desde a educação básica às licenciaturas de história. O convite à reflexão sobre a formulação do conhecimento histórico e o ensino de história se apresenta extremamente urgente, não só pelas diversas transformações políticas, culturais e sociais que o Ocidente de uma forma geral passou e sofreu no final do século XIX. Mas pelo contexto contemporâneo brasileiro em disputas político-partidárias e ideológicas que ganharam a mídia, as redes sociais e por decorrência a escola e a universidade.

A reflexão tem como base e proposta de discussão a obra introdução ‘A telling the truth about history’ [i] por duas perspectivas: Primeiramente pela crítica comparada ao modelo universitário brasileiro e suas tradições acadêmicas, num contraponto às diversidades e transformações étnico-sociais e a ampliação do acesso à educação. Segundo, a relação do conhecimento histórico com o ensino em seus diversos níveis. Apesar do texto em questão ter sido escrito no final dos anos 80, refletindo a sociedade norte americana, acreditamos ser possível criarmos e sustentarmos algumas aproximações com o contexto educacional e político brasileiro, ou então a partir dele caminhar.

Evidentemente que a proposta possui claros limites, mas podemos considerá-la um ponto de partida, discutindo o estatuto do conhecimento histórico, formação profissional e o conteúdo escolar de história, olhando a realidade brasileira contemporânea, a academia e a escola. Não diferentemente, a universidade e a escola brasileira nasceram a partir de modelos europeus e norte-americanos, reproduzindo um modelo científico autorizado na busca do conhecimento, processo conhecido e datado. Com as crescentes e profundas transformações que o final do século XX apresentou, vimos uma ampla diversidade social, cultural, étnica e sexual, cerrar fileiras e conquistar espaços em todos os campos e lugares.

Na mesma direção a universidade brasileira sentiu a força da transformação e das demandas que se apresentavam, o perfil da universidade brasileira mudou consideravelmente nos últimos 10 anos. A ampliação do acesso ao ensino superior de uma quantidade e diversidade étnica, racial, sexual, e mesmo política ou apolítica impactou os modelos tradicionais de ensino / aprendizagem, avaliação, representação e os próprios espaços políticos institucionais. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostragem a Domicilio - PNAD (2011) “a proporção de jovens estudantes (18 a 24 anos) que cursavam o nível superior cresceu de 27,0% para 51,3%, entre 2001 e 2011, sendo que, entre os estudantes pretos ou pardos nessa faixa etária, a proporção cresceu de 10,2% para 35,8%.” (IBGE, 2011)

Em todos os níveis da educação brasileira as pressões sociais de novos empoderamentos e agenciamentos se apresentam, modificando modelos tradicionais e conservadores no ensino, na pesquisa e na extensão. Novos objetos, problemas e sujeitos se inserem dentro da sala de aula e irradiam-se para fora dela, e nesse lugar de transformação e mudança, quase como consequência ou ausência, vem surgindo um mal estar, desfazendo as certezas. Vivemos um mal estar, fruto de novos paradigmas, porque em geral nós professores somos ‘treinados’ para fazer algo, para ensinar algo, para responder algo, sem uma reflexão mais aprofundada sobre o que, como e para que e quem, ensinamos história. Parece que nossas respostas e perguntas não fazem mais tanto sentido, não respondem a ‘tudo como outrora’, repetimos lições, conteúdos e avaliações adequadas às exigências de nota e desempenho esperadas, ‘esquecemos ou nunca aprendemos’ a diferença entre conhecimento e compreensão em direção a uma educação histórica e um conhecimento histórico significativo.

Para Schmidt (2009) a importância da ‘aprendizagem histórica situada’ infere diretamente na relação de aprendizagem histórica a partir dos pressupostos da ciência histórica, ou seja, se aprende história da mesma forma que historiadores fazem seu trabalho histórico. Segundo a autora, as teorias psicológicas do conhecimento buscam desenvolver dentro da sala de aula, mediações entre o ensino e aprendizagem descontextualizadas. Dentro da aprendizagem histórica situada não existem mediações externas, e a educação histórica se constrói de forma direta com o conhecimento histórico, se aprende história, historicamente. O resultado desse processo é a criação de uma racionalidade histórica.

O descompasso e o distanciamento entre a universidade, sobretudo os cursos de licenciatura, em relação à educação básica ainda é grande e presente. Se olharmos para o caso paranaense em específico, as Diretrizes Curriculares de História determinam a utilização da ‘aula temática’ na estruturação do conteúdo e transposição didática nas aulas. O modelo temático opta por apresentar um tema ou conteúdo histórico em toda a sua amplitude e constituição, se aproximando da complexidade e dinâmica histórica, evitando a fragmentação, seriação e singularização do conhecimento histórico a partir de modelos tradicionais quadripartidos.  Em todas as Universidades Federais e Estaduais do Paraná o currículo e a grade curricular programática, desconsidera o próprio programa educacional de história das Diretrizes Curriculares Paranaenses. Seguem um modelo tradicional e eurocêntrico, dividindo a história em períodos equivalentes e lineares, numa especificidade do tempo e espaço, tendo o continente europeu como parâmetro e medida de tudo.

Do outro lado, os governos federal e estadual, quando pensam e produzem seus modelos, programas e documentos de ensino, fazem isso a margem da universidade e professores da educação básica, exemplo vivo temos o recente episódio da Base Nacional Comum. Muito e de ótima qualidade, vem sendo produzido no ensino superior e nas salas de aula, em relação ao ensino de história, e precisamos saber. Cursos de licenciatura em história ensinam um currículo científico de história, com pouca reflexão didático-pedagógica, vícios de origem da própria formação e de certo silêncio para com o ensino. O licenciado em história vai à sala de aula e solitariamente busca adequar o conhecimento da ciência de referência a modelos didáticos compreensíveis aos alunos. Não diferentemente em formações continuadas e semanas pedagógicas, os professores desejam aprender ‘receitas metodológicas’ para o ensino de História, que sem reflexão e pesquisa, mais uma vez se tornam treinamento e repetição.

Professores e professoras se questionam sobre as dificuldades de se ensinar história nos dias de hoje, a falta de compromisso do aluno com a educação, desinteresse, desatenção, falta de leitura estão postos e são temas recorrentes. Possivelmente não haja dissenso em afirmarmos que isso seja um processo de transformação social e ao mesmo tempo de crítica a modelos de ensino. Dessa forma, buscar as origens dos problemas e dificuldades se fazem necessárias, se não há interesse na aula, falta de leitura e tudo mais, precisamos criar uma cultura de pesquisa aplicada com nossos alunos, e a partir de seus resultados estabelecermos práticas pró-ativas e uma reflexão substancial sobre os caminhos que a escola, pais e alunos vão seguir. Devemos pensar reflexivamente e ensinar história a nossos alunos da mesma forma que fazemos pesquisa, ou pelo menos deveríamos assim ensinar.

Como tais correlações são abordadas do ponto de vista da racionalidade do pensamento histórico, a mediação operada pela teoria entre ciência e profissão não pode reduzir-se a uma mera instrumentalização da ciência em benefício da profissão, nem se volta para a ciência “pura” em detrimento da aplicação dos conhecimentos por ela produzidos no contexto social do pensamento histórico. (RÜSEN, 2001, p. 42)

Parte dos problemas enfrentados pelos professores e professoras nas salas de aula tem sua origem, na distância e incompatibilidade de modelos de ensino, currículo e formação entre a licenciatura e a sala de aula. Mas devemos olhar conjuntamente, e essa é nossa intenção, para a transformação da sociedade brasileira no início do século XXI. Buscar na adequação ou funcionalidade dos modelos educacionais brasileiros, sem olhar para a sociedade em transformação, que reivindica espaço e um poder ser/fazer restará em erro. Devemos romper preconceitos e distâncias entre as licenciaturas e o campo de atuação dos professores da educação básica, a aproximação do ensino superior com a sala de aula é imprescindível e urgente, se queremos o ensino de uma história crítica e significativa. Conjuntamente devemos considerar o contexto social de mudança, percebendo a sociedade em renovação/transformação, considerando e acolhendo seus pleitos, reinvindicações e demandas. “Um sujeito é fruto do seu tempo histórico, das relações sociais em que está inserido, mas, é também, um ser singular, que atua no mundo a partir do modo que o compreende e como dele lhe é possível participar.” (PARANÁ, 2008, p. 14)

Se ensinarmos uma história crítica e significativa, voltada para a vida de nossos alunos, baseada em suas consciências históricas em seus cotidianos e suas vidas, permitiremos que o conhecimento histórico se transforme em compreensão histórica significativa e nesse momento o ensino de história tradicional é superado qualitativamente, em direção a uma ‘educação e compreensão histórica,’ restituindo a importância e funcionalidade do estatuto do conhecimento histórico, agora uma estrutura de compreensão da realidade. Acreditamos que um modelo de pesquisa colaborativa aplicada que aproxime a universidade e o professorado, tendo como objeto de pesquisa o ensino de história na educação básica, pode vir a se constituir num modelo eficaz de análise, aproximação e encaminhamento. Os resultados da pesquisa aplicada permitiriam a identificação dos problemas, demandas e ações necessárias à educação básica, ao mesmo tempo em que coloca modelos metodológicos da academia a disposição das universidades, suas licenciaturas e educação básica, estabelecendo novas práticas. Por outro lado, mas de forma integrada, a participação/partilha da problematização/aplicação da pesquisa aplicada com professores da educação básica, contribuirá substancialmente na percepção de problemas, limites e possibilidades prático/reflexivos sobre o ensino de história e uma aprendizagem histórica.

O processo de construção da pesquisa aplicada prescinde de uma aproximação entre a formação e a docência dos professores de história, algo compartilhado em todos os níveis de planejamento e ação. Uma perspectiva de ensino que não considere a relação teoria x prática não sustenta uma reflexão seria e consistente sobre educação. Devemos abandonar posições extremadas em relação à formação e o ensino de história em direção a uma mediação, necessária e de resultado. Evidentemente que a complexidade do problema da educação contemporânea brasileira e de uma educação histórica não se resolverá de todo, a partir de uma proposta de pesquisa aplicada integrada ou colaborativa, mas com certeza teremos avanços consideráveis no ensino de história em direção a uma educação histórica significativa, onde a compreensão do processo histórico passa pela vida e consciência histórica do aluno. Segundo Rüsen (2001, p. 59) “A consciência histórica é o trabalho intelectual realizado pelo homem para tornar suas intenções de agir conformes com a experiência do tempo. Esse trabalho é efetuado na forma de interpretações das experiências do tempo”.

Essa capacidade imprescindível de se situar no tempo, de experiência, ação e transformação é que sustenta a aprendizagem histórica e lança condições formidáveis para o professor de história pensar sua prática de ensino e os modelos teórico-metodológicos que sustentam sua reflexão/ação. Sem que o professor /aluno compreenda esse modelo/fim, sua aula e o processo de compreensão se limitaram a reprodução/fixação de conhecimentos históricos, sem que se alcance a validade da compreensão histórica. De outro lado, nos dias de hoje, as condições e encaminhamentos no preparo das aulas de história aumentaram tanto em possibilidades como em qualidades distintas. As tecnologias e mídias disponíveis e acessíveis aos professores e alunos permitem a construção de conteúdos diversos e dinâmicos. O uso de musica, gravuras, fotos, documentos, patrimônios material e imaterial diversos, história oral e muitos outros, preenchem um horizonte de possibilidades, que devem estar articuladas teórica e metodologicamente, para que os conteúdos e a didática envolvida sejam eficientes e eficazes.

Apesar da facilidade que as tecnologias e ferramentas de ensino permitem a professora e ao professor, em prepararmos e produzirmos conteúdos complementares ou não, as nossas aulas, outras questões vem se apresentando a disciplina e ao conhecimento histórico. Consensualmente aceitamos a dinâmica da mudança e processo de transformação histórica, natural em toda sociedade humana, mas também se torna importante percebermos que a velocidade e mesmo, certa dinâmica ou amplitude nos processos sociais acontece diferentemente. As recentes e profundas mudanças sociais, políticas, e econômicas, e nas formas de percepções das relações sexuais, étnicas e de gênero que se apresentam na e pela sociedade brasileira, exigem do historiador uma explicação. A ampliação dos atores sociais, seus interesses e ações vinculadas, criam novas narrativas e compreensões para a história brasileira, inclusive numa perspectiva revisionista. É nesse novo contexto, na emergência de polissemias narrativas e numa clara critica a singularização da narrativa histórica nacional possível, que nós professoras e professores de história nos deparamos com novas exigências explicativas e necessidades de compreensão, as quais nos vemos ainda distantes e pouco familiarizados. As mudanças exigidas se chocam com os modelos tradicionais de aula e conteúdo e, sim, nós professores de história estamos sendo convocados a explicar o que está acontecendo. Estamos sendo convocados a responder as carências de orientação histórica, em condições suficientes para a conformidade de nosso agir no tempo. (RÜSEN, 2001)

Acreditamos que o ensinar história a nossos alunos está cercado de uma complexidade crescente, e que uma solução possível e extremamente acessível, seria aproximarmos o modelo de formação ao modelo de ensino, nos utilizando da pesquisa e da reflexão no ensino de história relacionada à vida e a consciência histórica do aluno. Não há confusão sobre o estatuto e papel da história, ou o que ela deveria ensinar, confusão existe no como e para quem ensinamos história.  “Um sujeito é fruto de seu tempo histórico, das relações sociais em que está inserido, mas é, também, um ser singular, que atua no mundo a partir do modo como o compreende e como dele lhe é possível participar” (PARANÁ, 2008, p. 8). Dessa forma o ensino de história deve abandonar os limites do conhecimento histórico da disciplina de referência em si e buscar desenvolver um modo de pensar o passado perspectivando o presente. Ou então?

Considerações Finais

A proposta da reflexão ensejada esta contida em duas perguntas simples, que nós historiadores deveríamos responder com clara certeza e grande facilidade: Porque aprender história? E como ensinar história? Grande parte de nós professoras e professores de história tem dificuldade em responder a essas perguntas, que em si, carregam uma enorme complexidade e abrangência e são temas importantes e centrais do conhecimento e da disciplina de história, resta imaginar o que nossos alunos pensariam ao tentar respondê-las.

Nesse sentido, repensar o ensino de história, nos cursos superiores de formação e na educação básica brasileira, a partir de uma reflexão teórico metodológica, fortemente apoiada em pesquisa aplicada compartilhada, sinaliza um caminho possível. O grande desafio é repensar metodologias de ensino que reproduzam no ensinar história os modelos de pesquisa e a riqueza teórica presentes no conhecimento histórico. É como se o amor, a admiração e o entusiasmo que nós professoras e professores temos pela história  e seu ensino, pudesse ser dito e explicado como sentimento.

Na tentativa de reorganizar o ensino de história devemos nos preocupar com o estatuto científico da história, mediado pelo ensino e subsidiado pela pesquisa, pois se fazemos pesquisa historiográfica na academia, podemos e necessitamos fazer pesquisa na escola, em técnicas de ensino, em didática e metodologia, sustentadas pelos conceitos de educação histórica, consciência histórica e narrativa histórica em direção a vida e ao cotidiano do nosso aluno. Pois se não conseguirmos explicar a história como sentimento, que façamos isso a partir da realidade, do cotidiano e da vida, ensinemos então uma história viva.

Referências

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), Síntese de Indicadores Social (SIS) disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2013/, consultado em 02/02/2016.
NOVAIS, Fernando Antonio; SILVA, Rogério Forastieri.  Nova História em perspectiva. São Paulo: Cosac e Naify, 2013.  (vol. 1 Propostas e desdobramentos)
NOVAIS, Fernando Antonio; SILVA, Rogério Forastieri.  Nova História em perspectiva. São Paulo: Cosac e Naify, 2013. (vol. 2 Debates)
PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná. Ensino Fundamental. Secretaria de Estado da Educação – SEED. Curitiba: MEMVAVMEM, 2006.
PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná. Secretaria de Estado da Educação SEED. Curitiba: MEMVAVMEM, 2006.
PARANÁ. História: Ensino Médio Secretaria de Estado da Educação SEED. Curitiba: MEMVAVMEM, 2006.
PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. História. Secretaria de Estado da Educação – SEED. Paraná, 2008.
RÜSEN, JÖRN. Aprendizagem histórica. Curitiba: W. A. Editores, 2012.
RÜSEN, JÖRN. História viva: Teoria da história formas e fundamentos do conhecimento histórico. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2007.
RÜSEN, JÖRN. Razão Histórica: Teoria da história os fundamentos da ciência histórica. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001.
SILVA, Marcos; FONSECA, Selva Guimarães. Ensinar História no século XXI: Em busca do tempo entendido. 4ª ed. Campinas, SP: Papirus, 2007.
SCHMIDT, Maria Auxiliadora; BARCA, Isabel. Aprender história: Perspectivas da educação histórica. Ijuí: Editora Unijuí, 2009.
SCHMIDT, Maria Auxiliadora; GARCIA, Tânia Maria F. Braga; HORN, Geraldo Balduíno. Diálogos e perspectivas de investigação. Ijuí: Editora Unijuí, 2008.




[i].‘Dizendo a verdade sobre a história’ escrita por Joyce Appleby; Lynn Hunt e Margaret Jacob – in NOVAIS, Fernando Antônio; SILVA, Rogério Forastieri.  Nova História em perspectiva. São Paulo: Cosac e Naify, 2013.

274 comentários:

  1. Gostei muito desse texto. O autor chama a atenção para o distanciamento dos cursos de licenciatura em História para o ensino de história na escola básica e isso é um fato. Obviamente ele chama atenção para outras questões como a discussão da BNCC, os comportamentos do alunado atual, entre outros. Com base em tudo aquilo que ele expos aqui, pergunto se os desafios do professorado de História atual não estão também modelados pela sociedade que não quer se voltar ao passado: Na realidade, é pelo aluno que estamos na sala de aula... o ensino de História não seria apenas "ensino" mas, também uma aprendizagem do professor em serviço. Existe um sentido para que alguém aprenda alguma coisa e o individuo de hoje precisa mesmo ver motivo para aprender...(isso ocorre com nós, professores). Você não acha que a reprodução de velhos modelos de ensino e verificações de aprendizagem estão em desacordo com o perfil dos alunos do século XXI? Eu, por exemplo, substituo provas e avaliações por trabalhos mais profundos direcionados a publicação dos alunos no mundo virtual... é um caminho, penso eu... eles gostam. Rutemara Florencio

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    1. Olá, Rutemara, concordo que o ensino de história sofre também uma modelagem ou influência da sociedade, entretanto acho que parte do dilema de ensinar história hoje esteja ligado a necessidade de orientação no tempo presente. O passado é passado, mas a partir dele e de sua contextualização é que podemos compreender o presente e perspectivar o futuro. O que deve ficar claro para nós professores e alunos é essa relação. Também concordo com você quando fala do aprender ensinando, isso é muito forte no cotidiano de aula. Pessoalmente acredito que modelos tradicionais de ensino funcionam, se olharmos para como as coisas são ensinadas, há muito mais conservadorismo que inovação, não sugiro uma substituição de um pelo outro, mas de uma aproximação inteligente e de resultado. Seu exemplo e avaliação busca inovar, se divertem e isso é legal, fazer do ensino de história e da aula um lugar de ação e realização do aluno, permitindo que ele faça parte do processo de conhecimento histórico, é fantástico. Gradualmente ele se reconhecerá como produtor - ator da história, dentro de uma consciência histórica critica. Finalizando, penso que nossas ações e inovações em sala na docência devem ser analisadas reflexivamente e avaliadas conjuntamente com os alunos, pois das palavras deles temos um fedback importante, se falamos de nós pra nós mesmos, quando falei de pesquisa no texto a ideia ia nessa direção. Pesquisa se faz em qualquer lugar e sobre temas do cotidiano sim. Abraço.

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    2. Agradeço sua atenção. Abraços e sucesso. Vou tentar imprimir seu texto e usa-lo como referencia bibliográfica. Minha dissertação foi a respeito de como os alunos percebem o ensino de história nas salas de aula e a comparação que fazem com programas de cunho "histórico" veiculados pela televisão. Estou preparando meu projeto para o doutorado e pretendo focar no professor de História e nessa relação estabelecida com os alunos através do ensino e aprendizagem. Seu texto é bastante elucidador. Abraços

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    3. Obrigado Rutemara, Abraço e sucesso pra você. Da uma entrada no Lapeduh - UFPR.

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  2. Muito pertinente seu texto, principalmente nesse momento em que se discute "um novo currículo" na BNCC. Qual sua opinião quanto a aula oficina para o ensino de História na Educação Básica?

    Janaína Jaskiu

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    1. Olá Janaína, acho a aula oficina fantástica, sobretudo, por permitir ao aluno participar do processo de descobrimento e construção da compreensão e do processo histórico, ela se aproxima muito do modelo de uma educação histórica, onde se ensina história dentro dos modelos de referência e pesquisa da ciência histórica. Acho uma ferramenta excelente para o ensino de história. Algumas autoras fantásticas pesquisam e escrevem sobre isso: Marlene Cainelli, Selva Guimarães e Isabel Barca. Acho um modelo metodológico extremamente eficaz e motivador para nós professores e nossos alunos.

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  3. A minha pergunta parte do seguinte pressuposto: por que, ainda persiste esse distanciamento entre as instituições responsáveis pela licenciaturas de História e a vida cotidiana das salas de aula das escolas de ensino fundamental e médio ? Minha formação nesse sentido foi precária, e tive que, por meio de experiências próprias adquiridas nas salas lecionando, buscar uma maior eficiência. Trata-se de um assunto recorrente, mas por que não obtivemos até hoje, uma mudança significativa nesse sentido ? De uma maior aproximação e interação.

    Ricardo Alves Santos Aguilar

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    1. Olá Ricardo, Penso que a filosofia da história determinou a pertinência e raio de ação do historiador e do conhecimento histórico, num momento marcado da história. Como o ensino de história não era uma preocupação social real, os campos teóricos e historiográficos se desenvolveram e acabaram por determinar o que seria a forma e atributo do conhecimento histórico. Também porque somente recentemente é que o conhecimento histórico e a academia se debruçaram sobre o ensino e aprendizagem histórica, Jörn Rüsen pioneiramente começou a pesquisar e escrever sobre uma teoria de ensino da história e suas implicações, no Brasil Maria Auxiliadora Schmidt. Porém a academia forma professores e os habilita dentro de modelos tradicionais, sem experiência e proximidade com a educação básica. Dessa forma o ensino de história e seu formato de ensino esteve ligado as teorias do conhecimento, que organizam o conhecimento sob um objeto em especifico e não ensinam a pensar e organizar o penamento em direção a uma cognição historica. Quanto a aproximação, acho que cabe a nós professores e professoras da rede básica apresentarmos demandas, fazermos pesquisa com nossos alunos, manter grupos de discussão e troca de experiência. O que a academia reluta em fazer...que façamos nós. Abraço.

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  4. Achei muito interessante o texto e concordo que é mais do que necessária a aproximação entre a academia e o ensino de História, distanciando esse do currículo científico e investindo na compreensão histórica. Levando em conta que o princípio do ensino de história está nos anos iniciais do Ensino Fundamental (do 1º ao 5º ano) e que esse se mostra como um processo de aprendizagem, gostaria de saber: não devemos também buscar uma aproximação com os formados em pedagogia a fim de tornar esse processo de aprendizagem fluido e coerente ao longo dos anos? E desenvolver, também para a faixa etária mais nova, novos mecanismos metodológicos que, assim como sugerido no texto, ajudem a reproduzir o ensino de história segundo os modelos de pesquisa – modelos esses de reflexão?

    Ass. Rafaella Franchin de Sousa

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    1. Olá Rafaela, Concordo com você, se pensar historicamente é pensar em diversos níveis e possibilidades, de forma integrada e multidisciplinar, a aproximação com a pedagogia e outras disciplinas, deve sim acontecer. Trabalhei em escolas de educação básica onde percebi que os resultados obtidos vinham muito das relações profissionais e pessoais dos professore, que se integravam e se união problematizando, agindo e transformando juntos a educação, junto com o alunado que banca forte algo assim. Modestamente também penso que as teorias educacionais precisam perceber os modelos de ensino das ciência de referência (História, geografia, etc...) pois possuem formas de compreensão distintas, mas se implementados nas aulas geram um ganho educacional real, sempre é claro voltado para as experiência de vida e suas consciências históricas. Abraço.

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  6. Gostaria de saber: o uso de brincadeiras, dinâmicas na sala de aula podem fazer com que os alunos aprendam mais? Se sim qual a regularidade disso, em tempos de muita informação e tecnologias correndo soltas por aí?

    Gabriel Jose Camargo

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    1. Olá Gabriel, Acho que brincar, que o lúdico ajuda enormemente o aprendizado histórico e de qualquer disciplina, sim. A brincadeira é uma linguagem para os alunos que vivem essa realidade na forma de se relacionar e compreender o mundo. Brincar na sala é importante, desde aquela descontração ou brincadeira comum, aquela que não tem em si um vinculo ou intenção pedagógica. Como diz o MESTRE Paulo Freire - criar uma afetividade. Do outro lado planeja atividades lúdicas, brincadeiras de conteúdo geram um resultado positivo no processo de compreensão histórica. Claro que não podemos nos utilizar todos os dias de um modelo mais lúdico na sala, devemos variar na sua utilização e modificar a abordagem e forma de ludicidade, evitando o cansaço do aluno para com a ideia. Devemos variar na proposta lúdica, seja com dramatizações, teatros, desenhos, colagens, jornais históricos, filmes sobre o arquivo familiar, etc... variar não como um modismo, mas como uma proposta reflexiva e planejada. Avaliar as dinâmicas com os alunos, também é importante porque sempre podemos mudar algo melhora-lo. Abraço

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  7. O tema abordado no texto é extremamente pertinente e identificamos este distanciamento da formação do professor de história e da sala de aula claramente. Os professores da Academia são pesquisadores e formam pesquisadores, nas escolas querem professores e interligar isso é complexo. Meu apontamento seria o uso pelos professores de história dos espaços museais ou musealizaveis, como praças, ruas , museus e demais espaços onde conseguiríamos ligar a história dos livros, ainda tradicional a história deles alunos, conseguindo ligar o passado e o presente e principalmente fomentar no aluno ele como sujeito histórico.

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    1. Oi Marciane. você está correta, se utilizamos museus, áreas de preservação cultural, cultura material e imaterial próxima da realidade e consciência histórica do aluno, criamos condições de reflexão e abstração, construídas a partir da materialidade, para a compreensão do espaço tempo, da mudança, da permanência, conceitos substantivos para a compreensão histórica. Permitir ao aluno vivenciar á dinâmica do histórico, além de propiciar as formas de compreensão histórica, permite a ele algo muito legal e importante, perceber a validade do conhecimento histórico e valorizar a história e a disciplina, o professor, criando também, relações pessoais de respeito e admiração, pois nossos alunos percebem quando nós professores nos dedicamos a eles, Obrigado

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  8. Realmente, há um distanciamento da realidade escolar para o que é ensinado nas universidades. Primeiramente por que os cursos de licenciaturas. Esse distanciamento provoca um colapso em relação ao que realmente é necessário ser abordado em sala de aula e o que é dispensável. Essa problemática que existe nas ciências humanas, mais especificamente em História, acarreta em um desinteresse por parte do aluno no que que é apresentado em sala de aula. Como é bem exposto por Everton Crema, há uma desarticulação entre as diversas esferas do poder constituído, ou seja, não existe uma meta comum a ser seguida, o que dificulta a compreensão dos conteúdos expostos. Outro fator exposto neste artigo, que foi relevante, é o desinteresse dos alunos em relação aos estudos, não leem, não querem produzir. Excelente artigo, que só valoriza esse simpósio, justamente por proporcionar um discussão em relação aos problemas que se evidenciam a educação em história no Brasil de então, logo que após a aprovação na BNCC uma nova postura seja praticada em relação ao estudo de História.
    Ass. Antonio de Melo Torres

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    1. Caro Antonio, Obrigado, penso que o debate que realizamos é extremamente necessário e urgente, e que possamos ensinar história com paixão e verdade, iluminando nossos alunos, sempre mais e melhor, construindo uma aproximação salutar entre a sala de aula da Educação Básica aos cursos universitários.

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  9. O artigo é de um tema especialmente relevante na nossa formação acadêmica. Qual é o interesse em se aprender História hoje? Vendo que há um desinteresse da acadêmia em se aproximar de discussões que envolvem o ensino básico, temos também um modelo de ensino da história em sua composição curricular completamente conteudista que não contemplam a vivência dos alunos. O problema estaria na nossa formação ou a organização dos currículos?

    Daiane Neves da Rocha

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    1. Oi Daiane. Apesar da critica Pós-Moderna a história e a narrativa, aprender história hoje se tornou algo extremamente necessário, se olharmos para toda a diversidade histórica, politica, social, étnica etc...que se apresenta e reivindica espaços continuadamente, se situar historicamente através da geração de sentido critico, de uma história para o cotidiano, como vivência e percepção é mais do que necessário. Precisamos transformar a riqueza do conteúdo histórico em capacidade de compreensão de forma rica, lúdica, que satisfaça o espirito dos nossos alunos ao mesmo tempo que permita-os ir além e transformar a própria realidade. Sobre a relação entre formação e currículo, acredito que haja uma forte relação. Se pensarmos que o MEC através do PNLD busca, disponibilizar publicações didáticas diretamente orientadas pelos Parâmetros Nacionais, podemos afirmar que o livro didático vem ditando o currículo em sala de aula, até mesmo porque diversos professores escolhem os próprios livros. Se quisermos mudar algo, penso que seria através da formação, pois na prática isso readequaria outras publicações. Se ensinar é refletir, devemos mudar a forma de pensar e naturalmente o conteúdo histórico curricular irá refletir a mudança gradualmente. Abraço

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  10. Aprendemos nas Universidades ensinar a História de forma mais aprofundada, realizar discussões estimulando o pensamento crítico, contudo, quando deparamos com as aulas principalmente na educação básica acabamos por utilizar o livro didático e como citado no texto a reprodução do modelo tradicional e eurocêntrico, dividindo a história em períodos equivalentes e lineares, numa especificidade do tempo e espaço, tendo o continente europeu como parâmetro e medida de tudo.
    Não sei se esquecemos o que foi ensinado, ou os reais motivos de voltarmos a utilizar o modo tradicional. Mas essa discussão para colabora para que nós professores levantarmos questionamentos e procuramos mudanças nas salas de aula. Creio que com o passar do tempo acabamos desmotivados o que os leva a esse tipo de ensino. Fundamental é esse tipo de reflexão.
    Mas com alguns alunos que encontramos na atualidade- principalmente os que não querem aprender – fica a pergunta jogos teatrais, ou mesmo dinâmicas colaborariam para o ensino de história?

    Mitsko Ota Rodrigues

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    1. Olá Mitsko. Acho que sim, usar jogos tradicionais ou em rede, teatro ou outras dinâmicas, funcionam e dão resultado sim. Entretanto remos que perceber que isso é um processo que deve ter reflexão, proposito e sejam eficazes. Não podemos transformar a sala em palco, mas deixarmos a alegria e criatividade no ensinar de história de lado é um erro. Toda novidade acaba, mas toda transformação alcançada gera frutos pra vida toda. Abraço. Penso também e concordo que na graduação os conteúdos de história são ensinados com mais profundidade e detalhamento e forte base teórica, o que é bom, o problema é que quando vamos pra sala de aula com pouca experiência não conseguimos adequar os conhecimentos as capacidades de compreensão de nossos alunos, ha certa dificuldade na transposição didática de conteúdos, principalmente quando começamos. Devemos sim fazer de nossas aulas lugar de reflexão onde teoria, didatica, ensino andem juntas na mesma direção. Abraço

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  11. Aprendemos nas Universidades ensinar a História de forma mais aprofundada, realizar discussões estimulando o pensamento crítico, contudo, quando deparamos com as aulas principalmente na educação básica acabamos por utilizar o livro didático e como citado no texto a reprodução do modelo tradicional e eurocêntrico, dividindo a história em períodos equivalentes e lineares, numa especificidade do tempo e espaço, tendo o continente europeu como parâmetro e medida de tudo.
    Não sei se esquecemos o que foi ensinado, ou os reais motivos de voltarmos a utilizar o modo tradicional. Mas essa discussão para colabora para que nós professores levantarmos questionamentos e procuramos mudanças nas salas de aula. Creio que com o passar do tempo acabamos desmotivados o que os leva a esse tipo de ensino. Fundamental é esse tipo de reflexão.
    Mas com alguns alunos que encontramos na atualidade- principalmente os que não querem aprender – fica a pergunta jogos teatrais, ou mesmo dinâmicas colaborariam para o ensino de história?

    Mitsko Ota Rodrigues

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  12. Como essa lacuna que existe hoje entre academia - educação básica - sociedade deveria ser encurtada?
    Essa falta de interesse e diálogo se dá também por falta de comunicação entre a sociedade.

    Ass. Paulo Henrique Matos Andrade.

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    1. Olá. você já bem respondeu, com diálogo e interesse, que precisa ser cultivado. exemplo são os projetos de extensão universitários e de pesquisa aplicada. Ensinar uma história viva, baseada na consciência histórica do aluno, da comunidade, usando arquivos familiares, trazendo a história do aluno, família, comunidade, cidade pra sala de aula acaba gerando interesse e compreensão, aprender é um convite, temos que tornar nosso convite mais gostoso, interessante e de resultado. Também existe muita coisa bacana publicada disponível e como ultima sugestão: a pesquisa sobre os conteúdos históricos e os procedimentos didáticos de ensino e de resultados devem acontecer sempre.

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  13. Olá, sou professora do Ensino Fundamental, anos iniciais, com formação em Pedagogia. Estou fazendo graduação em História, para minha decepção há uma distância entre o que vemos na faculdade e a prática no campo de estágio. Como podemos diminuir essa distância?

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    1. Oi Circele, Bem a resposta não é simples, mas podemos pensar inicialmente algumas coisas, sim. O modelo da universidade, curricular e metodológico não vai mudar rapidamente. Hoje ainda li que o MEC esta pensando em criar residência para professores, apesar de não ter muitos detalhes acho a iniciativa importante. O que sugiro, baseado na minha experiência de professor da educação básica e Universidade é que podemos buscar contato, podemos criar grupos de debate e reflexão sobre nossa profissão, ensino ou o que quer que seja. Existem diversos projetos e grupos de estudos, bem como muita coisa publicada a respeito e podemos sim utilizá-las. De forma geral, temos nossas formações anuais e cada vez menos frequentes. Então nos retiramos solitários para nossas salas de aula. Veja, temos colegas, amigos que passam pela mesma situação. Qual a ultima obra publicada que lemos? quais as coisas que fazemos que estão dando resultado ou não? Voltemos a universidade não como alunos, mas como professores pesquisadores e apresentemos o que pensamos e fazemos. Em termos de universidade existe determinações legais quanto a quantidade obrigatória de horas de estágio, mas nada impede que professores e alunos busquem ampliar o estudo, palestrar, reflexões sobre ensino, estágio, currículo, etc...inclusive o MEC exige formação complementar que deve ser ofertada pela instituição. É claro que professores universitários em sua maioria não passaram por salas de aula na educação básica, e acho que pouco se sentiram a vontade em discutir isso, mas existem sim aqueles co perfil voltado para o ensino, esperando realizar algo junto. Abraço. Mais uma coisa é garantido o direito do aluno participar da elaboração ou mudança curricular da grade de ensino do seu curso, inclusive de fazer parte dos conselhos de campus ou secretarias. Falei de forma ampla, se desejar algo mais especifico, podemos conversar. Obrigado

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  14. TOMAZ ANTÔNIO VALÉRIO LHAMAS7 de março de 2016 às 10:05

    Professor como podemos nos aproximar do conteúdo lecionado em sala de aula , apoiado no uso do material didático, e ao mesmo tempo , utilizar técnicas de pesquisa baseadas na historiografia, estreitando o laço de distanciamento entre a teoria e a prática.

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    1. Olá Tomaz, os livros didáticos possuem uma forte base de teoria da história como teoria e metodologia de ensino, e nos baseamos nelas. O que podemos fazer quando queremos usar da pesquisa historiográfica para ensinar, é fazer oque fazemos na pesquisa, refletir sobre o objeto e suas possibilidades, recolher ou usar diversas fontes construindo um problema e encaminhando possibilidades. Isto ´e o que postula a Educação Histórica, permitir que o aluno organize um pensar historicamente, transformando conehcimento em compreensão, evitando um pensar fragmentado e isolado = conhecimetno. Devemos nos utilizar da pesquisa e sua problematização pra isso, ao mesmo tempo que também nos utilizamos da pesquisa para avaliarmos nosso desempenho, qualidade das nossas aulas, papel e contribuição para isso. Sugiro leituras ótimas. Jörn Rüsem e Maria Auxiliadora Schmid, Marlene Cainele, Selva Guimaraes. Abraço.

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    2. PROFESSOR GRATO PELA CONTRIBUIÇÃO , VOU CONFERIR O PROGRAMA DAS DISCIPLINAS DE LABORATORIO QUE ESTUDEI , E LER OS TEXTOS DOS DEMAIS AUTORES CITADOS, COM INTUITO DE APROFUNDAR NA TEMÁTICA.

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    3. Cara metre bronca, da trabalho , mas a satisfação compensa. Abraço

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  15. Este comentário foi removido pelo autor.

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  16. Texto bem explicativo com relação ao desafio de ensinar história nos tempos atuais. Acredito que houve realmente uma certa despreocupação por parte do sistema de ensino superior, para com o professor de história e o desafio das práticas relacionadas a este campo, ou seja, comportamento em sala de aula, preparação adequado de plano de ensino, a utilização da educação socioemocional no âmbito escolar, e ter o discernimento em saber, em qual momento um fato torna-se ou poderá tornar-se um campo para estudo e algo lecionável na historiografia. É correto levar os alunos ao ápice da curiosidade, colocando-os no nosso nível ou ainda temos que impor, de certa forma, a liderança como professor, com os artifícios da psicologia, o diálogo e a forma como o aluno se porta em sala de aula? MARCOS ANTONIO DE OLIVEIRA FERNANDES

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    1. Ola Marcos, espero bem responder sua questão. Acho que toda curiosidade é bem vinda e se nós professores instigamos nossos alunos a isso melhor ainda. Quando você fala em nível, acho que de conhecimento, nossos alunos tem faixas etárias e capacidades de compreensão distintas, também lecionamos em turmas extremamente heterogêneas. Dividir conhecimento nunca é ruim e um professor que divide o seu com seu aluno, na ânsia de que ele venha a superá-lo é fantástico. Não sabemos e não dominamos tudo, e isso pode virar tema de pesquisa com nossos alunos integrando eles na construção do conhecimento, que deve libertar. Com relação aos alunos em sala, penso que a psicologia educacional contribuiu fortemente na qualidade relacional professor aluno, mas a proposta de Paulo Freire é atualíssima e contemporânea, Afetividade, que deve ser semeada. Não de forma negativa mas realista, exitem alunos e alunas que por diversos problemas ou relações , nós não conseguimos atingir ou aproximar, por qualquer caminho ou condição. realidade tambem da nossa profissão. Se quiser discuitr algum assunto ou que melhor lhe responda indique. Forte Abraço.

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  17. Tenho o jornalismo como primeira formação, e hoje cursando história sinto também nos professores uma fidelidade aos temas curriculares a serem seguidos o que muitas vezes não permite uma abordagem mais da história atual. Essa nova postura dos professores de história não deveria começar na academia?
    Raquel de Souza Martins Lima
    rsmartins@uol.com.br

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    1. Olá Raquel.

      Acredito que sim, isso inclusive permitiria uma aproximação maior com o contexto histórico, consciência histórica e a cognição (compreensão) histórica. A pressão dos modelos acadêmicos e as 'autorizações de falar' baseados fortemente em pesquisa criam esse distanciamento. Você já deve ter ouvido, na academia, não pesquiso esse assunto então não posso falar com propriedade! A uma cultura de que somente uma tradição de pesquisa autoriza o falar na universidade. Já na educação básica nós professores falamos, opinamos e conjecturamos, a partir do que se apresenta na sala e essa é uma dinãmica muito legal. Claro que devemos nos posicionar com respeito, ética e espirito democrático e libertário. São olhares para a aula e ao conteúdo histórico diferentes. Veja, quando damos aulas de história no Fundamental, buscamos na realidade social, na comunidade e história familiar, os vínculos e a consciência histórica do aluno para sustentar, ampliar e refletir nossa aula. No médio esses assuntos perdem força, e um contexto politico mais critico surge, não alimentar esse interesse e limitar os questionamentos dos alunos é um duplo erro: Primeiro tole seu interesse e curiosidade e segundo não permite ao aluno relacionar ou comparar nada da sua realidade com a história ou vice-versa. Precisamos caminhar juntos. estou a disposição. Abraço.

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  18. Boa tarde! Como professora, vivencio uma realidade bastante distinta da maioria dos colegas: sou professora civil em uma instituição de ensino militar. O currículo que me é colocado (e cujo resultado é avaliado externamente, por uma prova que não passa pelos professores da instituição) tem muito claro o papel da História: permitir ao aluno construir sua identidade como parte da instituição e buscar inspiração nos "heróis" do passado... É possível fugir do tradicional e buscar a construção do senso crítico dos alunos em meio a estas exigências institucionais?

    Obrigada,

    Gabriela Carames Beskow

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    1. Gabriela, olá. Bem se o currículo está dado e avaliação é externa, foquemos no ensino. A Nova História inovou metodologicamente ao olhar para as sombras da história e de certa forma inverter o foco de analise do objeto. Mesmo nossos heróis tiveram, digamos, uma vida pessoal distante de idealizações, viveram uma vida comum, ricos, pobres, de cor, homens probos. Podemos explorar essas diferenças e possibilidades e perspectivar o presente, analisar suas ideias e como elas se refletem nos dias de hoje. Olhar para as falhas e mesmo crimes de muitos de nossos heróis, não para denegri-los, mas contextualizarmos. se vamos, também com muitas outras coisas, falar de heróis que eles sejam humanos e não deificados. A historia é a realidade. Penso sim que podemos abordar temas específicos, de forma critica e inovadora, porque em qualquer escola e mesmo os alunos, querem aprender. Estou a disposição. Abraço

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  19. Prezado, Everton Crema

    Gostaria de parabenizá-lo pelos apontamentos presentes no texto sobre a relação licenciatura-escola básica. Compartilho da visão que há um descompasso desde que fui bolsista do PIBID. Seu texto cativa o debate e a mudança.

    Sobre a reformulação necessária da prática para que o ensino da disciplina histórica seja mais interessante e relevante indago:

    Com o ingresso nas universidades sendo um horizonte mais possível aos jovens nos últimos anos o trabalho não convencional, isto é, que faz uso de outros recursos, não pode ser mal interpretado por uma juventude que é permeada pela competição presente no ENEM? Ou, pelo contrário, pode ser bem visto já que trabalhando com outros recursos teria contato com métodos de pesquisa que ampliam a capacidade de aprender?

    Pedro Francisco Campos Neto
    Professor da rede estadual do Rio de Janeiro


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    1. Caro Pedro obrigado. Espero responder sua questão de forma adequada, ou criar mais dúvidas. Toda mudança gera pressões, algumas transformadoras outras conservadoras. Penso que a ampliação dos métodos de pesquisa e objetos pesquisados é importante e fundamental para um ensino de história democrático, igualitário, ético e responsável. Muitos métodos de pesquisa surgiram e surgem fruto das novas tecnologias, historiografias e das demandas de grupos sociais marginalizados que também querem fazer/aprender/ensinar uma outra história. Nesse contexto, muito vem sendo apresentado a escola e a formação. Acredito que as coisas boas acabam sendo assimiladas, melhoradas e incorporadas na sala de aula e na pesquisa. A história em nada é estática, ao contrário, extremamente dinâmica, por consequência uma boa didática e metodologia da história também deve incorporar essa condição. Concordo com você que tivemos recentes mudanças no ensino e na escola, e vejo isso positivamente, estamos sendo convocados a responder/explicar/ensinar isso a sociedade e nossos alunos. Estou a disposição.

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  20. Acredito que hoje são muitos os desafios enfrentados pelos docentes em sala de aula. Minha formação não privilegiou o ensino de história e o estágio curricular nada acrescentou. Quando entrei em sala de aula foi um choque. Tive que me adaptar e adaptar tudo o que aprendi na graduação. Hoje muitas universidades tem o PiBid.Essa iniciativa tem sido válida? Ou acaba sendo só mais uma experiência que não dá dimensão ao graduando do que é ser responsável pelo ensino de Historia por uma (ou várias) turmas?

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    1. Olá Cintia. Acho o, PIBIB uma experiência incrível e inovadora. Mas como tudo é passível de elogio e critica vamos lá: O PIBIB term sua elaboração toda feita na universidade unilateralmente, e a universidade dizendo como se ensina e se faz. Posteriormente os professores da Educação Básica tomam conhecimento, e pouco contribuem em sua formulação (fases e ações) A universidade tem uma estrutura curricular tradicional que se reflete dentro do PIBIB. O projeto do PIBIB é bem elaborado e as propostas passam por uma seleção, mas a aplicação do PIBIB em escolas, não se dá efetivamente pela Nota Brasil ou por índices de desempenho, onde acredito as escolas com menores resultados devessem receber os PIBIDIANOS. O que acontece é que há uma reprodução mediada dos modelos ou conteúdos de história nas escolas, com pouca discussão educacional, ou no caso da história a partir de referenciais da educação histórica. Também acho que acertos e contribuições fantásticas vem surgindo do PIBID, e é essa aproximação que todos nós precisavanos e esperávamos, precisamos nos utilizar do modelo do PIBIB, para pensar e refletir sobre as possibilidades, condições e resultados da aproximação da universidade e escola. Defendo fortemente a manutenção do programa que é um ganho considerável e oportuno. Mesmo em várias turmas, como em geral acontece os resultados são positivos e devem ser ampliados e melhorados. estou a disposição. Abraço

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  21. Todo os dias me faço estas perguntas.Porque aprender história? E como ensinar história?

    Carmem silva

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    1. Olá Carmem.

      Responderei poeticamente
      Porque aprender história? Por que é maravilhoso
      Como ensinar história? Com o coração.

      Não são respostas fáceis e objetivas, e tentar responde-las aqui seria difícil. Mas sugiro a voce Leituras de autores e Autoras que ajudaram voce em suas questões. Eles não só me ajudaram como orientam minha caminhada. Jörn Rüsen, Maria Auxiliadora Schmidt, Paulo Freire, Marlene Cainelli, Fernando Sefner, Selva Guimarães, entre muitos outros. Estou a disposição.

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  22. Professores e professoras se questionam sobre as dificuldades de se ensinar história nos dias de hoje, a falta de compromisso do aluno com a educação, desinteresse, desatenção, falta de leitura estão postos e são temas recorrentes.
    Carmem Silva

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    1. Cara Carmem. Concordo com você, acredito que nós professores podemos buscar compreender essas questões, com pesquisa básica aplicada. Questionar e analisar nossos alunos acerca de seus comportamentos e atitudes é um caminho profícuo para criarmos um parecer sobre essas questões que nos atormentam a muito. Não podemos ser professores do "futuro"...... quando meu aluno prestar atenção, quando ele tiver interesse....etc..... Evidentemente que a pesquisa não resolverá os problemas educacionais, mas identifica-lós e agirmos é necessário e urgente. Evidentemente que algumas questões e mesmo alunos e alunas em seus comportamentos permaneceram sem alteração ou interesse, mas devemos tentar com profissionalismo e objetividade.

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  23. O texto acima relata as dificuldades encontradas na escola e nas universidades quando se trata da metodologia e do método de história, os professores estão tentando mudar o jeito de ensinar a algum tempo, só que percebemos que não está sendo fácil, porque o desenteresse dos alunos é grande e falta de qualidade também. O que podemos fazer para reverter toda essa situação, mesmo que o texto traz e tenta trazer algumas formas de mudanças que pra mim não ficaram claras.

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    1. Olá Bruna. Na proposta do texto buscamos propor um debate inicial sobre o ensinar história, problematizando limitadamente alguns pontos. Penso que dialogo entre a universidade, escola e sociedade e suas aproximações são inevitáveis e necessárias. Todo esse processo deve se desenvolver de forma reflexiva e propositiva, nesse sentido uma pesquisa colaborativa, simples, no chão da sala de aula, voltada para questões comportamentais e relacionais do tipo: Porque meu aluno não lê? Porque ele não presta atenção? o que você mais gostou na aula? O que você aprendeu hoje que pode usar ou compreender na sua vida? Como posso melhorar minha aula? Participa de eventos? Leu livros? Ajuda a criar uma compreensão e transformação da realidade. Isso não surge como 'receita metodológica' que podemos aplicar indiscriminadamente, pois todas asa realidades educacionais são distintas e também semelhantes. Penso que a defesa do diálogo e da pesquisa são o ponto de partida que encaminha e estrutura a proposta. Nós professores somos INTELECTUAIS e precisamos nos apoderar de nosso papel e transformar a sociedade, dentro do que é possível e real. Estou a disposição. Abraço

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  24. Esse texto na minha opinião,relata como é a realidade de um professor de História do séc.XXI,mesmo tendo a falta de interesse do aluno em sala de aula,o professor tem muito mais recursos do que o docente do século anterior,cabe a professor não só usar o livro didático na sala de aula,mas também usar a internet,filmes,músicas,uma ida a museu,instrumentos que possam ajudar a tornar uma aula,mais atrativa a ao aluno , melhorando o rendimento do aluno na disciplina e tornando esse aluno cada vez mais capaz, de compreender o passado e refletindo o que se tornou a sociedade nos dias atuais.

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    1. Caro Airton

      O caminho é esse, caminhemos em boa direção e companhia, Abraço

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  25. A universidade brasileira sentiu a força e a transformação das demandas, no perfil da universidade o que mudou consideravelmente nos últimos 10 anos?


    Hiara cristina

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    1. Oi Hiara.

      Dados recentes - IBGE mostram uma poderosa mudança no perfil universitário brasileiro e na escola básica, a inclusão e a expansão do sistema educacional brasileiro cresceu enormemente, e junto a esse processo as relações de poder e transformação, estão mudando. Parte disso nos percebemos em uma tensão politica, também presente nas salas de aulas. Questões como cotas, politicas de proteção social, opção sexual e muito mais. A universidade também é formadora de opinião e sustenta hoje esse processos e mudanças, com suas naturais reações. Ha mais liberdade, diversidade e democracia. E quero muito mais disso. Espero ter respondido, estou a disposição. Abraço.

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  26. A universidade brasileira sentiu a força e a transformação das demandas, no perfil da universidade o que mudou consideravelmente nos últimos 10 anos?


    Hiara cristina

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  27. A universidade brasileira sentiu a força e a transformação das demandas, no perfil da universidade o que mudou consideravelmente nos últimos 10 anos?


    Hiara cristina

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  28. Hoje em dia mais que nunca está difícil ensinar e aprender história,até porque os alunos têm se mostrado muito desinteressados o que dificulta mais ainda algo que já não é fácil,como ensinar história. Creio que nas licenciaturas e formações continuadas os professores deveriam ter acesso a métodos e metodologias que tornariam o ensino aprendizagem mais fácil e eficaz onde todos realmente aprendessem,um bom caminho para facilitar esse ensino é o uso das tecnologias que estão cada vez mais presentes nas escolas .


    Larissa Rayele T. Vieira

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    1. Cara Larissa, Concordo com você, as tecnologias estão aí nas salas e aula e melhoram em muito nossas aulas. Mas não podemos esquecer que são 'ferramentas' por nós manuseadas ou utilizadas, precisamos dominar a tecnologia envolvida, junto com o conhecimento histórico, a didática e a metodologia. Percebe? muitas vezes nos professores procuramos um caminho mais fácil, e sempre a escolha mais fácil é a pior de todas. Professores buscam receitas educacionais de resultado em formações diversas e esporádicas, sem sucesso. O que devemos fazer é perceber que se preparar para a docência exige uma responsabilidade e dedicação continuada, na leitura, pesquisa e didática. Se nossas aulas são bacanas e eficientes, a alegria que vem do resultado e da satisfação de nossos alunos torna nossa docência algo maravilhoso, que para o aluno, ou boa parte deles, é um incentivo. Digo, modestamente a partir da condição de professor: As aulas que preparo são pra MIM, porque bem preparadas a aula flui melhor, os níveis de compreensão aumentam, o reconhecimento e responsabilidade dos alunos aumentam, as notas também, porque boas aulas fazem isso e ainda fico feliz e diminuo os remédios. Todo mundo fica feliz, ta faltando alegria em nossas aulas.

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  29. Olá Everton Crema. Bastante pertinente suas reflexões. Considero que o modelo de formação se distância do modelo da prática em sala de aula, pois " dar aula" é visto como algo inferiorizado no contexto do ensino histórico acadêmico. A pesquisa ainda é muito mais valorizada do que a didática no ensino superior. Precisamos pensar a didática como uma ciência e que o saber histórico significativo passa pelo uso da pesquisa aplicada no ensino básico.
    Uma educação histórica só é possível quando houver uma maior valorização dos saberes que são mobilizados pelo fazer docente em sala de aula, pois a aula é uma construção e não o tripé mais fraco no contexto acadêmico. Pois entre pesquisa-extensao- ensino, esse último ainda é o mais fragilizado no contexto acadêmico.

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    1. Caro Andre, concordo com você e precisamos sim, cerrar fileiras e mobilizar capitais políticos e intelectuais em nossa caminhada. Se a história é a 'Magistra' Vitae, que seja a partir, para e com o ensino. Abraço

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  30. Boa Noite, como trabalhar os assuntos atuais sem que haja uma guerra partidária em sala de aula?

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    1. Caras Rita, Sim, a sala de aula ta pegando fogo, isso é fruto das profundas mudanças que o Brasil vive nestes final do seculo XX e inicio do XXI, transformações profundas que forçam a sociedade e se apresentam também na sala de aula. Penso que o o professor deve estar preocupado em ouvir seus alunos, incetiva-los a falar a opinar, corrigir seus argumentos, impedir racismo e todo e qualquer tipo de violência, permitem ao professor constituir-se em referencia equilibrada para o debate democrático. Devemos tratar nossos alunos de forma igualitária, incentivando-os ou advertindo-os quando necessário. Devemos compreender o que é a Igualdade plena x Principio de igualdade e nos posicionarmos contra toda e qualquer injustiça, no limite de nossa atribuição. Devemos discutir politica em sala de aula, evitando uma partidarização, e sempre devemos ter a ética, respeito e responsabilidade como imperativos categóricos. Dessa forma, construímos um ambiente escolar mais politizado e tolerante, mas os conflitos sempre vão acontecer. Estou a disposição

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  31. Olá, acredito que nos dias de hoje está muito mais fácil e interessante tratarmos dos ensinos de história devido a Gama de ferramentas e acesso a pesquisas de outros colegas de trabalho, devemos entender que o papel de professor na é o de detentor do conhecimento, mas sim o de ser um canal entre o aluno e o conhecimento ja que ambos (tanto professor quanto aluno) estão em um amplo processo de aprendizagem.

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    1. Caro Rafael, Sim, professor e aluno estão em processo de aprendizagem sempre, ainda que defenda que o professor possui conhecimento e compreensão qualitativamente maior que o aluno. Também acho que está mais fácil preparar e dar boas aulas de história, ainda que ache que a caminhada para uma educação histórica, precise ser ampliada, pois já começou. Também concordo com o conceito do professor ser um 'canal' de conhecimento para o aluno, mas dentro a educação histórica esse conhecimento deve se transformar em compreensão e permitir a formação de consciência critica. Abraço

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  32. Este comentário foi removido pelo autor.

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  33. Boa noite!
    Agradeço à reflexão proposta pelo texto, professor Everton.
    Acredito que repensar metodologias de ensino é um trabalho intrínseco a qualquer professor, de todas as áreas. Como comentado anteriormente, o trabalho interdisciplinar, principalmente com a Pedagogia, pode ser um caminho para que o aprendizado possa tomar caminhos mais criativos e desta forma, tornar-se mais assimilável aos alunos.
    Larguei uma licenciatura em uma faculdade particular para entrar em uma universidade pública, por necessitar do bacharelado (trabalho em um museu), por entender que o ensino é de maior qualidade e também por perceber que a postura de muitos alunos nesta faculdade particular que eu estudava não me agradava. Cobravam os professores a diminuir a carga de textos pois não conseguiam dar conta destas leituras, haja vista que o curso era noturno. Muitos professores pareciam compreender esta dificuldade e facilitavam nas avaliações. Isto me frustrava pois percebia que muitos desta turma sairiam despreparados para a sala de aula.
    Como o professor deve conciliar as diferentes expectativas dos alunos? Esta falta de novas metodologias de ensino, não seria devido a má formação da maioria dos professores?
    Obrigado!
    César Rodrigues

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    1. Caro César. Em relação a educação, a heterogeneidade e a diferença se apresentam em todos os lugares, mediar as diversas expectativas dos alunos, com conteúdos, avaliações ou atividades, não é nada fácil. Expectativas de aprendizagem são conhecimentos e compreensões assimiladas e construídas em sala, de diversas formas e recursos. No preparo das aulas devemos observar essa peculiaridade e desenvolvermos conteúdos mediados pelo desempenho médio e níveis de aprendizado dos alunos. A partir de uma estrutura de aula/conhecimento mediano poderemos ampliar ou reduzir o debate, informação, abstração ou reflexão, utilizando recursos como jornais, revistas, fotos, objetos, fontes diversas, etc. Essa materialidade facilitará a condução da aula entre os polos da mediação. Nunca agradaremos todos, jamais descontentaremos todos. Na universidade acho que a coisa se resolve melhor, o ensino universitário é um ponto de partida e o céu é o limite, leituras podem ser feitas em outros horários, podemos participar de grupos de debate e pesquisa como quisermos, podemos publicar e isto está cada vez mais accessível, mas lembre-se se uma turma majoritariamente não quer que aconteça, não tiramos leite de pedra. Em relação ao ensino de história nas graduações, nós aprendemos aquilo que nos é ensinado, autorizado. Como o ensino de história não é uma prioridade para a academia o processo se desenvolve naturalmente. Tudo tranquilo até chegarmos à sala de aula, com turmas grandes, heterogêneas e cheias de hormônios. Nesse momento percebemos os limites do que aprendemos e nos damos conta do que precisamos aprender. Estou a disposição. Abraço

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  34. Boa Noite, Everton Crema.

    As duas perguntas essências do texto é de suma importância para nós professores do século XXI. Por que aprender história? Como ensinar história? Na minha concepção, ambas respostas esta pautada na atribuição de sentidos e significados tanto para o professor (a) quanto para o aluno.

    Parabéns pelas discussões.

    Abraços

    Eloane Aparecida Rodrigues Carvalho

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    1. Cara Eloane, houve uma pergunta parecida com a sua que aqui replico aqui .
      Responderei poeticamente
      Porque aprender história? Por que é maravilhoso
      Como ensinar história? Com o coração.

      Não são respostas fáceis e objetivas, e tentar responde-las aqui seria difícil. Mas sugiro a você Leituras de autores e Autoras que ajudaram você em suas questões. Eles não só me ajudaram como orientam minha caminhada. Jörn Rüsen, Maria Auxiliadora Schmidt, Paulo Freire, Marlene Cainelli, Fernando Sefner, Selva Guimarães, entre muitos outros. Estou a disposição.

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  35. Boa noite mestre Carlos! O senhor citou sobre os "problemas enfrentados pelos professores e professoras nas salas de aula" que na grande maioria tem sua origem na distância e incompatibilidade de modelos de ensino,etc. Não seria esse o papel do mestre senão de estabelecer uma articulação entre o patrimônio cultural da humanidade e o universo cultural do aluno?!

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    1. Olá Aryana, concordo com você e como disse Hannah Arendt, a educação tem a obrigação de mostrar/ensinar as gerações futuras o conhecimento humano. Esse debate vem crescendo e se polarizando, episodio recente são as propostas da Base Nacional Comum para história. Mas veja essa articulação entre o universo do aluno e patrimônio cultural universal, deve ser incorporado como compreensão de vida, como uma consciência histórica e não somente como conhecimento, pois muitas vezes a retenção do conhecimento não gera uma ação transformação critica no aluno, organizar um modo de pensar histórico é diferente e mais complexo que conceber um conhecimento. Além disso as realidades culturais filtram e relocam as demandas de conhecimento dos nossos alunos, aí também encontramos o cotidiano como história, seja a partir do pensamento da Nova Esquerda Inglesa ou da Nova História. Estou a disposição.

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  36. 1º ola! boa noite , gostaria de saber se o desinteresse dos alunos pela aula de história, pode ser analisado como um possível reflexo da formação dos licenciados? Haja visto que em muitas universidades a discussões e pesquisa nem sempre são votada para o ensino, deixando uma lacuna sobre o tema.

    2º qual a sua opinião a respeito da tranposição didática?

    desde já grata
    Joseane Rodrigues Azevedo

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    1. Olá Joseane. Não acredito que o desinteresse dos alunos repouse exclusivamente nos limites da formação dos graduandos. Hoje em dia temos acesso a uma historiografia, literatura, fontes, documentos como nunca. A oferta de bolsas de pesquisa e extensão cresceu, e devemos lutar para ampliá-las, O nível de qualificação dos professores aumentou, a tecnologia abriu janelas onde existiam muros. Penso que o desinteresse do aluno pode ser pensado por outras perspectivas. Limites mercadológicos, consumismo, sexualização precoce, exigências de sobrevivência e trabalho, violência familiar e escolar e o próprio desinteresse, entre outros. Em relação a transposição didática, ela é um conceito que explica como o professor de uma disciplina transfere conhecimento compreensível a seus alunos de maneiras didáticas e metodologicamente diferentes. Penso que a importância reside na qualidade da transposição didática do professor ou professora. Abraço.

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  37. O texto tem uma importância extrema para professores recém formados, que assim como eu, irão enfrentar salas de aula lotadas e muitas vezes não adaptadas para os novos métodos de ensino.
    Sobre o ensino de história, exste alguma maneira para que possamos usufruir de poucos materiais, mas mostrar um ensino de qualidade ?

    Abraços,

    KAMILA NUNES.

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    1. Cara Camila. Eu aprendi história com giz e quadro negro, com professorAs maravilhosas que me encantaram com sua narrativa, com suas brincadeiras, com o carinho que me deram, com seus incentivos, com seus sonhos e com um ensino critico e para a vida, assim criei os meus. Sim podemos, ensinar muito e muito bem história, com poucos materiais e tecnologia. Claro que isso não vai acontecer no estágio, mas quando você assume uma turma, você começa uma caminhada e deve criar uma afetividade (Paulo Freire - the best)) com seus alunos, a maioria vai reconhecer seu empenho e dedicação para com eles e junto a uma continuada leitura, pesquisa histórica e educacional, sim, sobre o que você faz, se dá resultado, como melhorar,etc. Devemos ouvir nosso aluno, porque a aula deve funcionar pra ele. A experiencia vem com o tempo, mas se sustenta com profissionalismo e dedicação. Boa sorte pra nós, sempre.

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  38. A formação que é comum a grande maioria dos professores que atuam na educação básica não tem preparado o indivíduo para ser um pesquisador,mas sim um ser que repassa dados, informações,ou transfere os saberes que estão nos livros didáticos,apostilas,ou outros. Torna-se fundamental que ocorra uma aproximação entre as universidades com suas licenciaturas e os programas desenvolvidos na educação básica,pois todos tem consciencia da precariedade do atual sistema educacional brasileiro. Que fatores poderiam ser determinantes para diminuir este abismo existente entre o universo das universidades do ensino básico?
    Sidinei Sganzerla

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    1. Olá Sidinei. Primeiramente, penso que a academia prepara sim, o graduando para a pesquisa, mas uma pesquisa estritamente modelada, acadêmica e histórica, sem reflexão para o ensino, parece que minguem disse que era possível usar da metodologia da pesquisa aprendida, na educação, na sala de aula e tudo mais. O professor deve ir além do livro didático,usar outras fontes, objetos, aprofundar as reflexões, contextualizar, ou então o professor da uma aula 'Ruminativa" expressão usada pelo professor Fernando Sefner - quando o professor 'remastiga' o que está no livro e lê ou resume o texto da aula. Diminuir a distancia seria possível se nós buscássemos um diálogo continuado e responsável entre a Escola Básica e a Universidade, onde a universidade se abrisse para o ensino e a escola básica para a pesquisa colaborativa ou não. Se temos problemas, hipóteses precisam ser respondidas e as respostas transformam. Abraço

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  39. Boa noite,

    Creio que o entrave nas relações entre instituições superiores de ensino e as instituições de educação básica muitas vezes é causado por políticas conservadoras, muitas vezes por parte de uma instituição ou ambas. Onde estudo, possui o núcleo de pesquisa em história e o curso possui um projeto de abri-lo às escolas, mas encontramos um obstáculo, a responsável por esse centro não se atualizou, ou seja, seus conhecimentos sobre história são os mesmos que ela aprendeu em sua época de graduação, há anos atrás. Minhas perguntas: acredita que esses professores mais antigos e conservadores geram obstáculo e atrapalham a interação e dinamização do conteúdo da história para o aluno? Como fazer para quebrar essas barreiras e passar ao ensino básico o quanto a história fundamenta a sociedade atual?

    Obrigado

    Vinicius Sales Barbosa

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    1. Caro Vinicios, você toca em um problema essencial,o do politico, governos se sucedem e todos tem suas receitas milagrosas para educação, poucos vão as escolas e universidades, impõem modelos e formas de ensinar que vão embora na próxima eleição. Defendo a renovação politica e a sucessão democrática, sempre e sempre, mas serio necessário pensar um modelo educacional ou mecanismos mais coerentes e responsáveis se pensamos em uma educação continuada e de resultado. Outra questão que você aponta é o conservadorismo de algumas estruturas educacionais, entretanto, pesquisas serias demandam de décadas e intensa dedicação, por vezes a pesquisa escapa aos modismos educacionais, que existem sim, fruto da questão problematizada acima. Estar vinculado a um grupo de debates ou pesquisa é muito bom e importante, mas se os objetos e propostas tem limitações, todos podemos fazer pesquisa, esse não é um atributo exclusivo da universidade. Precisamos saber e fazer isso sim. Respondendo as questões, todo professor contribui de alguma forma, penso que professores experientes ou não, sempre percebem quando dão uma boa aula, ou quando o método de alguém é melhor, as vezes mudar é difícil, mas extremamente necessário. Que o novo e a experiência se encontrem na sala de aula, por que isso é bom demais.

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  40. Olá Professor!Considerando a realidade escolar onde, por vezes, impera o uso manual didático e o rigor de um planejamento que se quer imutável no decorrer do bimestre ou trimestre, cobrado com rigor por parte da equipe pedagógica, aliado ainda à cultura do vestibular ainda presente, que se soma ao ENEM, como o Professor percebe as possibilidades para um ensino de História que proporcione, diante dessa realidade, a empatia e a significância histórica por parte do aluno?

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    1. Caríssimo, é na dificuldade que nos tornamos mais criativos, penso que o planejamento seja um referencial dos estudos a serem desenvolvidos e não um exigência draconiana. Você não deve se preocupar com isso, você deve ministrar aulas de qualidade, com conteúdo e dinâmica e estar solicito as questões que os alunos trazem a aula da contemporaneidade, do seu cotidiano. ENSINAR HISTÓRIA É PERMITIR QUE O ALUNO APRENDA A ORGANIZAR UM MODO DE PENSAR COMPLEXA E COMPREENSIVAMENTE, e não o acumulo de informações ou conteúdos, listados no planejamento. Claro que devemos buscar cumprir o planejamento, pois os alunos precisam do conhecimento para construir compreensões. Se na sua escola direção ou supervisão exige de forma autoritária e abusiva a observação do conteúdo, converse com a parte pedagógica e direção, explicando a dinâmica das aulas e do ensino de história, caso isso não resolva, denuncie o problema ao Núcleo de Educação ou secretaria especifica.
      Não temos muitas aulas de história se comparadas a outras disciplinas, problemas do currículo, mas podemos sim com qualquer aula, fazê-la de forma envolvente, criativa e lúdica. Sugiro modestamente que você 1 -Leia e prepare bem o material da aula, 2- busque fontes, objetos, fotos, musicas, etc... pertinentes ao tema e amplie o conteúdo e dinâmica, 3- com aulas bem preparadas e dinâmicas, perceba o que da certo e amplie, o que da errado melhore. 4- sempre converse com os alunos sobre diversos temas e também capte os resultados das aulas, não adianta todos os alunos darem 10 na pesquisa pra tua aula e na prova tomarem bomba, (lembre-se eles são jovens). 5 - com confiança e respeito brinque, faça algumas piadas, somos humanos e com 5 aulas de bunda na cadeira, as vezes, sempre fica difícil. 6- Se nada funcionar volte ao numero 1. Abraço.

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  41. Olá Professor!Considerando a realidade escolar onde, por vezes, impera o uso manual didático e o rigor de um planejamento que se quer imutável no decorrer do bimestre ou trimestre, cobrado com rigor por parte da equipe pedagógica, aliado ainda à cultura do vestibular ainda presente, que se soma ao ENEM, como o Professor percebe as possibilidades para um ensino de História que proporcione, diante dessa realidade, a empatia e a significância histórica por parte do aluno?
    Obrigado.
    Gerson Luiz Buczenko

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  42. Gostei muito de suas colocações (tanto no texto quanto nas respostas), Prof. Everton, principalmente na ênfase que você dá à paixão necessária pra que se ensine História, não só o conteúdo curricular que se exige que os alunos assimilem, como também “os modelos de pesquisa e a riqueza teórica presentes no conhecimento histórico”. Mas considerando que na sociedade em geral, na cabeça de muitos pais e mesmo de educadores, a ideia do ensino da História está cristalizada (em diversas formas e medidas) à formação de ‘algum’ espírito cívico, como desnaturalizar conceitos para que o ensino da história não seja confundido com quaisquer supostas ‘ideologias’?
    Agradeço desde já,
    Katia Krause

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    1. Oi Katia. Ideologias são formas de pensar, de refletir o mundo, tem um contexto histórico e explicam a sociedade em modelos e perspectivas. Se bem entendi a questão: Desnaturalizar conceitos que se apresentam como naturais e postos socialmente? Com critica, problematizações, com a capacidade de se perceber a diferença, e nisso nossa disciplina da uma margem fantástica. Precisamos mudar a cabeça de nossos alunos, permitir que eles compreendam a história e que tenham um ganho reflexivo e critico a partir de nossas aulas, percebendo e respeitando o diferente e a variedade. Fazemos isso quando trazemos para a aula diversas narrativas históricas, diversas contribuições culturais, diversas opiniões que ampliam e redimensionam o pensar. Nesse ambiente de variedade e diversidade, sim, na e com a aula, com os conteúdos de história, nossos alunos passam a olhar para um universo de possibilidades e não um único caminho, possibilidade ou ideologia. A variedade como experiencia se transforma em respeito ao diferente. Estou a disposição.

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  43. Ótimo texto. Nos leva a pensar o quanto a academia está distante do ensino básico, isolada em sua torre de marfim inquebrável. Esta discussão acontece desde que fiz fiz minha Prática de Ensino, em 2004, na Faculdade de Educação da UFRJ. Repetiu-se quando fiz minha pós no CESPEB (UFRJ) em Ensino de História e acho que assim continuará enquanto não houver uma mudança radical em nosso currículo acadêmico e escolar.

    No acadêmico, na formação de licenciandos, deveria-se exigir de cada aluno, em cada matéria, a execução de uma prática docente dentro da sala de aula, dialogando com estudantes do fundamental e médio. Existem escolas interessadas em receber novas práticas pedagógicas e este diálogo, sempre renovado com novos alunos e novos métodos, poderia ser aplicado sem nenhum custo para a academia.

    No que diz respeito ao ensino de história nas escolas, acredito que um modelo transdisciplinar e temático seria fundamental para nos adequarmos aos novos tempos. Ontem, por exemplo, me peguei ensinando ciências para uma turma de sexto ano ao explicar o funcionamento do método de análise do Carbono 14 para descobrirmos a datação de artefatos históricos encontrados em pesquisas arqueológicas. Não conheço a professora de ciências deles, não trabalhamos no mesmo dia, e senti certa dificuldade (e também receio) em me aprofundar no tema. Mas foi interessante porque os alunos perceberam esta minha dificuldade e até me ajudaram. Aliás, o olhar deles se alterou quando conversamos sobre o modo como eram feitas as análises por C14. No que diz respeito à história temática, acho o mais adequado, já que a história cronológica incute em falta de percepção de diversas similaridades entre temas como "escravidão" e "divisão social" (por exemplo), que poderiam ser melhor trabalhados em um modelo divido por eixo temático. De forma comparativa, usando diversos modelos, teríamos uma acuidade na percepção dos alunos das distintas realidades que os cercam.

    Enfim, entre as minhas proposições, existe concordância ou discordância do Sr? Justifique, se for possível, pois quero desenvolver uma linha de raciocínio para um futuro mestrado que pretendo lecionar, na área de Ensino.

    Grato, Rubens da Silva Pinho.

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    1. Olá Rubens , concordo sim com você, Li por agora, que o MEC deseja criar uma espécie de residencia para os professores após sua formação, sem saber muitos detalhes acho uma ideia bacana. Sobre a transdisciplinaridade ela é fantástica e necessária nas nossas salas, pelo ganho que gera. Penso que você possa ampliar essa preocupação junto a outros colegas, conversando, sabendo o que estão lecionando e vive-versa, combinar temas e assuntos correlatos numa mesma semana de aula. Convidar um professor de outro disciplina pra um debate na sua aula sobre o tema, criando uma complementariedade, isso é bacana e funciona, precisamos dar o primeiro passo, pois dar aula é legal, mas legal com colegas parceiros que dividem interesse, dedicação, amizade e respeito. Falo de minha experiencia, trabalhei em muitos colégios e os melhores resultados no ensino, disciplina, desemprenho aconteceram quando professores juntos e comprometidos ensinavam. Boa sorte, estou a disposição.

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  44. Este comentário foi removido pelo autor.

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  45. Bom dia, bom texto, estou prestes a me formar, pois, estou no 8º Semestre e, este artigo me deixou muito inquieto em relação a alguns questionamentos. Esta distância entre formação acadêmica e ensino fundamental/médio, se deve principalmente a dois fatores: Os cursos de história tem que se decidir, se vão formar professores ou bacharéis, pois, no caso da UNEB, o curso está mais voltado para formação em bacharel do que em licenciatura. Outro ponto que poderia aproximar a Universidade do ensino básico, seria a utilização de pesquisas acadêmicas, como os TCCs, nas escolas, dessa forma estreitaria esta relação, o que você acha destas propostas, seria possível esta aproximação, ou esta aproximação é utópica?

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    1. Olá, Concordo com você que uma graduação de história deve ter claramente compreendida sua condição de Bacharelado e ou licenciatura, por que não são a mesma coisa. O problema é que tradicionalmente os professores univesitarios se aproximam mais do bacharelado, e toda escolha é uma renuncia. O MEC vem tentando acabar com os bacharelados em História, tornando-os licenciaturas, o que na ideia é bom, mas penso que na pratica vai criar ou transformar licenciaturas com perfil de bacharelado. Concordo com sua ideia, e acho muito boa transformar os TCC ou artigos finais em temas sobre educação histórica ou ensino de história. Mas se não mudarmos a maneria da academia ensinar didática e ensino de história teremos novametne ótimas ideias de péssimos resultados. Acredito que alunos que tem poucas disciplinas e cargas horarias voltadas para o ensino de história, não vão se aventurar tranquilamente, logo em seu trabalho final. Estou a disposição. abraço

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  46. Bom dia, bom texto, estou prestes a me formar, pois, estou no 8º Semestre e, este artigo me deixou muito inquieto em relação a alguns questionamentos. Esta distância entre formação acadêmica e ensino fundamental/médio, se deve principalmente a dois fatores: Os cursos de história tem que se decidir, se vão formar professores ou bacharéis, pois, no caso da UNEB, o curso está mais voltado para formação em bacharel do que em licenciatura. Outro ponto que poderia aproximar a Universidade do ensino básico, seria a utilização de pesquisas acadêmicas, como os TCCs, nas escolas, dessa forma estreitaria esta relação, o que você acha destas propostas?, seria possível esta aproximação, ou esta aproximação é utópica?
    Erivaldo da Silva Pereira

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  47. Um excelente texto para reflexão e busca de mudanças de perspectivas. A minha pergunta é: qual o caminho a seguir para criar nos estudantes de licenciatura em História esse carinho e desejo em atuarem como professores, de fato; adquirindo este posicionamento desde os primeiros momentos do estágio, por exemplo?
    Leidson de Farias Barros.

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    1. Caro Leidson, Tudo é uma caminhada, O estágio é uma primeira experiência do graduando com a sala de aula, como professor e não como aluno, as coisas mudam e é um processo tenso. Mas veja, durante 4 anos anteriores você teve aulas com diversos professores em várias disciplinas e a gente vai colhendo o que é bom e gostando do que vê e começa a fazer, a aula é uma consequência disso. Penso que uma reflexão continuada sobre nossa profissão, nosso profissionalismo, o que deu certo, o que não, ouvir o aluno querer mudar e para melhor são coisas necessárias para um professor e isso nos alenta. Fazer o melhor no estágio dentro do que é possível e com responsabilidade é o começo mas correto que conheço. Isso não é auto-ajuda é pensar que podemos ensinar humanamente. Abraço, estou a disposição.

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  48. Boa tarde professor Everton!
    Muito interessante a temática do texto, ainda mais se analisarmos nosso presente político brasileiro!
    A minha questão é, em tempos de "Escola Sem Partido", qual será o papel do professor a não ser de um reprodutor de informações?
    A crítica que nos é devida a ensinar aos alunos, incomoda uma sociedade que não quer se permitir mudar e assim sendo tenta com suas influências políticas calar os professores!
    O professor tem que lidar com abismos; o abismo entre escola e universidade, professor e aluno, aluno e sociedade( entendimento sobre), planejamento e pratica e etc. E ao mesmo tempo é descreditado como capacitado para tal. Como combater essa frente, além do trabalho diária a crítica e adaptabilidade as novas realidades?

    Att
    Hugo Nicolau Lorega da Costa

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    1. Caro Hugo. Acho que a ideia de escola sem partido está mais ligada a um processo de despolitização, já que a escola transforma a sociedade de forma critica. Não defendo que o professor se partidariza em sala. Mas discutir politica é fundamental, necessário e urgente, claro que não há uma isenção total, mas com compromisso, respeito e ética profissional, a gente deve falar e questionar sim, pois formamos cidadãos críticos. Numa sociedade e governo que desvaloriza a educação, as consequências estão postas. Entretanto quem nós estamos formando nas salas de aula? A sociedade brasileira do amanhã, dirigentes, juízes, trabalhadores, professores. Nosso bom trabalho de hoje é a realidade de amanhã, simples, mas verdadeiro. Devemos construir nosso espaço de capital cultural e politico. Combatemos os problemas de nossa profissão e as dificuldades inerentes a ela, com ação e conhecimento, seja politica, seja didático-metodológica, de planejamento. Bacon Conhecimento é poder. Abraço

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  49. Boa tarde Everton. Gostaria de saber sua opinião sobre o enorme distanciamento entre educação básica e universidade; e entre escolas públicas e privadas? Existe realmente uma diferença no ensino de História em ambas, ou esta geração apenas se acomodou com o conhecimento pronto via internet?

    Agradeço
    JOCELAINE DA ROSA RODRIGUES

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    1. Cara Jocelaine, Mesmo no texto e em diversas peguntas respostas a pergunta sobre o distanciamento da Universidade e educação básica está posta. Vou tentar responder a sua segunda questão. Obrigado. Trabalhei em escolas particulares também, penso que grande parte delas valoriza mais o conteúdo. se você olhar para os resultados do Enem e Prova Brasil verá que as escolas publicas em geral tem melhores notas, mas também vemos diversas escola particulares muito bem classificadas. Perceba que o modelo do Enem, não valoriza conteúdo de conhecimento, mas sim reflexão, compreensão e aplicabilidade. Confesso que é um assunto interessante e importante do qual tenho poucas leituras e me limitarei a essa impressão. Mas podemos, eu e você buscarmos leituras sobre isso, pesquisas já realizadas, recolocando a questão. Abraço.

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  50. Em um trecho do artigo aborda que professores e professoras se questiona sobre as dificuldades de se ensinar história nos dias de hoje, a falta de compromisso do aluno com a educação, desinteresse, desatenção, falta de leitura e etc. Como é possível para o professor de História, ensinar o educando a pensar uma história crítica e significativa?

    Divanei Ferreira dos Santos

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  51. Olá Divanei. Acredito que sim é possível ensinar história critica e significativa a partir do conceito de educação histórica. Primeiro devemos nos familiarizar com a proposta, evidentemente que muitos de nós professores, ministramos nossas aulas e incorporamos parte do processo de educação histórica pela própria condição e dinâmica da história, em suas problematizações, dialogias, contextos e complementariedades. Entretanto dominar um conceito ou categoria e aplica-lo na sala de aula exige, leitura, dedicação e familiarização como o conteúdo, e durante o processo se faz fazendo, não como uma receita, mas como metodologia que se aplica e se modifica quando necessário. Acho também que os problemas enfrentados na sala de aula, que você bem apresenta, podem ser trabalhados, após uma avaliação, sustentada por pesquisa simples e direta. Perguntar ao aluno porque ele não lê? Analisando sua resposta, e propondo questionamentos, numa maiêutica didática. Quando o professor assume a pesquisa como auxiliar da docência, ampliando interesses e conhecimentos, as condições de partida, se apresentam para construirmos uma aula critica e significativa. Abraço

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  52. Olá Professor!Sabemos que parte dos problemas enfrentados pelos professores nas salas de aula tem sua origem, na distância e incompatibilidade de modelos de ensino, currículo e formação entre a licenciatura e a sala de aula.Quais as errâncias mais comuns no Ensino de História nos dias de hoje?
    Rosilene Candido de Azevedo

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    1. Cara Rosilene, se entendi a pergunta, penso que a falta de um domínio suficiente e eficaz da metodologia de ensino de história e as possibilidades de seu uso. Penso que isso é fundamental, mais importante mesmo, que o próprio conhecimento. Estou a disposição. abraço

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  53. Olá Boa tarde
    Muito legal seu texto, mas eu tenho uma dúvida. Tem como o professor fazer pesquisa em ensino básico já que as vezes não tem muito tempo ? Gislaine Adelino

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    1. Cara Gislaine. No texto me referi a pesquisa que você realiza com seus alunos referente a problemas e ao processo de aprendizagem no ensino de história, num sentido que que os resultados da pesquisa criem subsídios para a ação e a transformação. Dito isso, também quero deixar claro que a pesquisa historiográfica também é importante para a docência e a qualidade das aulas. Bem sei como é o dia a dia do professor, mas entenda, que fazendo isso, olhando para nossos problemas em sala ou na escola, estaremos melhorando nosso trabalho e o resultado que vem dele. Brincando, quanto melhor for nossa aula, quanto mais interessante e quanto mais conhecimento produzirmos termos mais satisfação, temo e menos remédios. Abraço.

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  54. O que deve ser feito para despertar o interesse dos alunos em sala de aula para o ensino de história? Gislaine Adelino

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    1. Cara Gislaine. A essa resposta temos possibilidades. Devemos torna-lá interessante, cativante, alegre, de resultado. Como fazer? Existe uma serie de pesquisas, obras com metodologias especificas de trabalho em história, podemos nos apropriar disso e aplicar refletidamente na sala de aula, funciona. Outra dica modesta, todos nós fomos alunos e creio ainda somos. Do que gostamos em nossas aulas como alunos, que características fizeram com que nós gostássemos de uma disciplina ou professor ou até mesmo por sua relação. Quem sabe não tenhamos grande experiência como professores, mas como alunos, certeza. Converse com colegas veja o que funciona, converse com seus alunos. A gente consegue sim. Abraço.

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  55. Alfredo Coleraus Sommer8 de março de 2016 às 12:26

    Ola prof.Everton!
    -Na minha adolescência tive contato com teatro e música e sempre usei-os como forma em sala de aula para passar um pouco de conhecimento aos alunos.Brinco com os alunos e tento fazer o teatro de vários personagens em um unico ator.O que voce acha desse mátodo?
    -Noto um grande desinteresse dos alunos de uma maneira geral porém em aulas sem planejamento e mal conduzidas a coisa fica pior.Acho muitos professores desencantados e desestimulados,apesar de ja ter 56 anos ainda não atirei a toalha.Abraços.
    Alfredo Coleraus Sommer

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    1. Caro Alfredo. Acho bacana demais e parabéns pelo que você faz. A novidade metodológica para os alunos como em qualquer lugar no ensino, dura pouco, sugiro modestamente que variar as metodologia e podemos fazê-lo sim e muito é importante. Outra sugestão voce já aplicou um questionário de pesquisa com seus alunos para ler o que eles escrevem e avaliar. Os alunos mudam, as turmas são diferentes. Por outro lado, nós ministrando boas aulas, criticas, divertidas, interessantes e tudo de bom, oferecemos um caminho para nossos alunos, mas ELES DECIDEM SEGUÍ-LO OU NÃO. Estou a disposição, Abraço

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  57. Ola Everton, quero parabenizá-lo pelo texto, achei muito pertinente, especialmente neste momento de discussões, de mudanças, enfim, uma ótima reflexão.Mas, minha questão refere-se a parte do seu texto que diz respeito a trazer a pesquisa de volta as salas, digo de volta, porque o que vejo sendo feito como pesquisa, não passa de um ctrl c + ctrl v sem análise praticamente nenhuma dos meus alunos do médio, talvez este seja um problema dos "meus" alunos, rsrs, porém isso me angustia, pois a História se fomenta da pesquisa e desta bem feita, e então, como procedermos?
    Lucilene Bernart Pandini

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    1. Cara Lucilene obrigado. Quando falei de pesquisa no texto, me referi especificamente, a uma pesquisa que nós como professores devemos fazer continuadamente com nossos alunos, sobre a nossa aula, sobre o que eles estão compreendendo, pontos positivos e negativos. Podemos também criar questionários de pesquisa sobre os motivos do porque eles não leem, ou se mantem desestimulados. Não resolveremos tudo, mas saber do porque ou criar hipóteses palpáveis permite ações de transformação sim.
      Sobre a pesquisa comum, sob temas e assuntos específicos que os alunos deveriam fazer e não a internet. Modestamente penso que primeiro temos que fazer da nossa aula pesquisa, e da boa, do tipo gostoso, que motiva o aluno. Num momento da minha careira comecei a levar os livros que estava lendo pra sala de aula, e os deixava sob a mesa com a capa virada, Não demorou alguns alunos começaram a perguntar o que eu estava lendo, um era a história do gordo de Georges Vigarelo, o interesse surgiu com temas diferentes dos tradicionais, é só um exemplo, mas somos professores e nada nos deterá. Abraço, estou a disposição.

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    1. Olá, gostaria de um esclarecimento. Como e por que existem esses preconceitos e distancias entre as licenciaturas e o campo de atuação dos professores da educação básica?
      Ass:Jonathan Evangelista de Araujo

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  60. Olá, o texto fala sobre a aprendizagem em sala de aula e cita que muitos professores buscam como uma "fórmula mágica" para ensinar e fazer os alunos aprenderem história, mas como sabemos a maioria dos alunos não gostam desta disciplina por há considerarem desinteressante e o seu estudo massante. Contudo você acredita que se o professor de história fosse ao invés de apenas professor, fosse também um contador de histórias, "transportando" o aluno para o mundo estudado essa realidade mudaria fazendo os alunos realmente entenderem e não apenas decorarem o que lhe é ensinado?
    Mariana dos Santos Firbida

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    2. Olá Mariana, exclui a resposta porque escrevi seu nome errado desculpe. a resposta está aqui. Penso que a Narrativa é fundamental para a disciplina de história. Ela permite um processo de abstração a partir da imaginação e da consciência histórica, quanto melhor, mas significativa, mas complexa e compreensível a narrativa for, maior será a chance do aluno criar construtos de compreensão histórica, sem dúvida. Uma das grandes qualidades de um professor de história é ter uma boa narrativa. Entretanto o professor precisa buscar auxiliar sua narrativa com certa substancialidade e materialidade, relacionando a narrativa a fotos, jornais, objetos, fontes, música. Isso reforça o caráter narrativo ao mesmo tempo que permite ao aluno usar de sua abstração inicial e compara-lá a materialidade e dinâmica da aula, reforçando reciprocamente o conteúdo e as formas de compreensão. Abraço

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  61. Boa noite! Excelente texto! Mas, fica a dúvida qual seria o caminho para diminuir a distancia entre as Universidades e as Escolas? O PIBID, pode ser um caminho?
    Maria Juliana de Freitas Almeida

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    1. Cara Maria. Sim, o PIBID pode ser um ótimo caminho, fizemos uma discussão sobre isso nos comentários. Por favor. leia e voltamos a conversar. Abraço.

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  62. O conteúdos de história não considerados interessante para os aluno ,é preciso que o professor utilize uma metodologia de ensino que atraia fazendo um elo de ligação com aquilo que o aluno conheça .De que forma podemos fazer essa ligação ?

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    1. Oi Luziane. Podemos fazer isso partindo da realidade e da experiência do aluno em toda a sua dimensão e amplitude, a isso chamamos de consciência histórica, e não se restringe ao conhecimento histórico, pois as crianças são inseridas no mundo social/cultural pela,linguagem e ampliam sua esfera de conhecimento/ação continuadamente. Eles sabem contar e narrar, reconhecem letras, alimentos, formas geométricas e se situam geograficamente em sua condição. Como exemplo podemos usar o nome de praças da cidade e ampliar os contextos históricos sobre ela. Fotos da família e da cidade. Entrevistas com os pais ou avós sobre a história da cidade, ou algum episódio mais importante. É claro que os alunos de turmas mais maduras já ultrapassaram esse nível de interesse, mas surgem outros, todos temos carências de orientação da vida prática, com um pouco de dinâmica, metodologias bacanas e ouvindo nossos alunos, conseguimos criar aulas envolventes e criativas, na maior parte delas. Abraço. estou a disposição.

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  63. Parabéns pelo texto e pelas inquietações postas. Em minha formação como historiadora, infelizmente as questões sobre o ensino tornaram-se secundárias. Como se houvesse uma hierarquia entre o historiador de metier e o historiador da sala de aula, o professor. A minha indagação é a seguinte: como podemos contemplar métodos e técnicas do ofício do historiador às necessidades didático-pedagógicas dos alunos e alunas da Educação Básica? Por que tantas universidades ainda desprezam os desafios relacionados ao ensino, sendo que é este o maior campo de trabalho de professores e professoras de História?

    Muito obrigada!
    Jeane Carla Oliveira de Melo

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    1. Olá Jeane e Obrigado. É simples sim. Precisamos ensinar história como a história é, e o modelo mais proximo disso é a propria pesquisa histórica. A riqueza das problematizações da pesquisa histórica, suas possibilidades, variedade, critica, partes que vão se juntando em direção a uma explicação ampla e complexa se diferenciam de modelos educacionais tradicionais que singularizam episodicamente um conteúdo. Devemos construir com nossos alunos uma racionalidade histórica não uma forma de organizar o conhecimento. Sugiro leituras de Jörn Rusen e Maria Auxiliadora Schmidt e Izabel Barca dentre outros. Abraço

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  64. Olá
    O texto é excelente e me fez refletir muito.
    As vezes me preocupo com a forma que devo explicar aos meus alunos porque eles precisam estudar história. Eu nunca me perguntei isso quando estava na escola porque sempre amei a disciplina, mas muitos alunos acham inútil. Qual a melhor forma de dizer ao aluno o porquê estudar história?

    Mayara Carrobrez

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    1. Olá Mayara, Não é uma resposta simples, ela possui diversos aspectos, não é complexa, mas abrange uma amplitude de respostas importantes e pertinentes, que não me vejo fazer aqui. Entretanto algumas ideias iniciais. Porque a história responde as carências de orientação da vida prática, porque cria a capacidade critica, porque nos permite situar no tempo e isso é fundamental. Sugiro a obra de Jörn Rüsen, existem diversos e recentes livros publicados no Brasil, ele escreve sobre uma teoria para o ensino de história e as questões que você levanta que também me incomodavam. A obra de Rusem foi de grande contribuição para meus dilemas de professor, modestamente recomendo. Abraço

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  65. Parabéns pela discussão proposta e o tema mais que urgente para quem leciona História. Ao ler suas ideias (enquanto me encantava com as relações e abordagens), veio-me à tona a lembrança da triste ênfase que no Brasil se dá ao quantitativo em detrimento do qualitativo no que concerne a resultados em sala de aula. Sendo que isso é uma imposição vertical, como seria possível a aplicação ou aproximação de pesquisas e construção de uma consciência histórica com alunos de ensino médio dentro desta infeliz realidade? José Janilton Gonçalves da Silva

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    1. Obrigado. Caro José. Em particular no texto da conferencia e nas respostas , falo da pesquisa educacional, que serve mais ao professor para auferir e comparar resultados em sala e evidenciar problemas e corrigi-los. Mas se você me permitir, em relação a pesquisa e a consciência histórica vou dar um ex Lucio Ambrosio Hupalo da Rede de Ensino Paranaense. Numa turma difícil e pouco interessada, num certo momento ele cansado da falta de participação pergunta: O que Vocês querem estudar? Os alunos perguntam: Qualquer coisa? e o professor responde! Sim qualquer coisa. Um dos alunos ergue a mão é diz que queria aprender sobre a história do pneu. O professor consente e na próxima aula traz um super conteúdo. O aluno e a turma ficaram maravilhados, coma riqueza e relação da aula com o seu cotidiano e suas carências de orientação a vida prática, daí em diante as relações e interesses melhoram e cresceram em qualidade. Pesquisa funciona, precisamos sair do convencional e permitir que o aluno apresente suas demandas e interesses. Abraço.

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  66. Boa noite,

    Penso que a reposta a pergunta Por que Estudar História seja sobretudo, para desnaturalizar,produzir o conhecimento histórico com os alunos a partir da Problematização. Como o professor deve trabalhar nesse processo de mediação como s alunos da educação básica,sem incorrer no risco do simplismo e vulgarização da História e, ao mesmo tempo, contribuindo para a formação da consciência histórica?
    Atenciosamente,
    Leandra Couto

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    1. Olá Leandra. Acredito que a simplicidade e o cuidado com a observação do nível de compreensão e capacidade dos nossos alunos, para com as ideias históricas, deva ser observado. Entretanto, e isso é bacana, podemos nos utilizar de fotos em sala de aula, das séries iniciais até o final do médio. Claro adaptando e problematizando as questões as exigências e capacidades de compreensão dos alunos. Eles próprios com suas indagações, duvidas, brincadeiras comparações permitirão a você perceber também a complexidade e nível de interesse e conhecimento posto. A partir daí, articular o conteúdo histórico a metodologias dinâmicas amplia a capacidade de compressão das ideias históricas em sua dinâmica. Abraço

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  68. Boa noite!
    Primeiro, gostaria de parabenizar pelo texto e pela abertura em discutirmos esse tema, que é de grande importância e nos preocupa enquanto educadores, pois muitas vezes a expectativa e o sonho criados durante a universidade acaba sendo destruído pela realidade das salas de aula de ensino fundamental e médio.

    Gostaria de saber se você acha que a forma como o estudante é preparado para o vestibular interfere nesse aspecto, levando em consideração que muitos colégios, especialmente no ensino médio, se transformaram em verdadeiras fábricas de vestibulando e a grande preocupação dos estudantes está em decorar aquile pacote que lhe passaram e informaram que estará no ENEM ou vestibular.
    Você acredita que esse "terrorismo psicológico" causado nos estudantes de ensino médio interfere na transmissão dos conhecimentos históricos?

    Obrigado!
    Fernando Henrique Carreiro de Souza

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    1. Olá Fernando obrigado. Não podemos deixar de acreditar.. Penso que o percurso educacional do aluno é grande e se buscarmos ensinar a nossos alunos uma educação histórica, baseada em suas consciências históricas, voltadas e problematizadas para o cotidiano, as exigências do vestibular não irão afetar a forma de pensar historicamente do aluno. O problema é que o vestibular tradicional busca nivelar o nivel de conhecimento do aluno e não da compreensão, é isso sim é um problema. O Enem e os novos testes de amplitude nacional vem desconstruindo isso, ao exigir respostas baseadas em compreensões e utilizações práticas do conhecimento. Não penso que haja um terrorismo contra os alunos, ao contrario, o modelo do Enem por exemplo exige provas em diversos anos e valoriza um desempenho continuado. penso mais equilibrado. Abraço.

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  69. Caro professor, primeiramente muitíssimo obrigado excelente texto. Quais são as metodologias que o professor precisa adotar para enriquecer o ensino em sala de aula trazendo uma problematização nos conteúdos discutidos e não sendo apenas um reprodutor de conhecimento?

    Mikaela de Sousa dos Santos

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  70. Mikaela, obrigado. as metodologias estão aí, uso da música, pintura, foto, arquivo familiar, objetos, fontes, transdisciplinaridade, tudo está aí, existem textos ótimos na internet, laboratórios de ensino de História possuem projetos sobre isso, muito disso on line. O que precisamos ter é a coragem de assumir riscos e transformar a sala de aula, com muita dinâmica. Sugiro que você gradualmente insira alguma metodologia diferente em suas aulas, comece com fotos ou pequenos recortes de vídeo é uma linguagem mais próxima do aluno e vai articulando aos temas. Isso vai muto da sua didática e sensibilidade. Alguns temas favorecem a música ou poesia, recite em sala, de forma bacana os alunos gostam, dramatize, emocione. Traga fotos fortes, problematize-as, peça que os alunos tirem fotos sob um tema paralelo ou contextualizado na aula, a coisa cresce. lembre-se, aula não é um festival de metodologias, por isso a necessária reflexão e avaliação dos resultados obtidos, com perguntas simples, sem nomes, sob oque os alunos acharam da aula? Funciona sim, mas é um processo que dura tempo e as vezes não alcança todos os alunos e todas as turmas. Mas fizemos bem. Fazendo isso você até reproduz conhecimento, mas cria compreensões e capacidade de pensar historicamente a realidade.

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  71. Estudar História não se resume a decorar datas e nomes. Na verdade, isso é só uma pequena parte do conhecimento que essa matéria pode oferecer. Mais importante do que saber quando foi o descobrimento do Brasil, é conseguir relacionar os fatos e perceber que as transformações de uma sociedade não são naturais ou espontâneas, mas determinadas por uma série de fatores anteriores.

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  72. O questionamento no título abre margem para muitas discussões, no entanto, o que fica claro é que os professores dispõem de muitos mais recursos para o ensino de história do que no passado. A questão fundamental é de que maneira o professor pode se apropriar destas inovações e aplica-las ao ensino? - João Gilberto Solano

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    1. Caro João. Penso que com reflexão, pensar em que fonte, foto, música, pintura, moda, historia da alimentação, cinema poderemos usas em nossas aulas articuladas e problematizadas aos conteúdos do programa. Essa reflexão inicial e avaliação continuadas dos resultados, até porque vamos melhorando, permite construir condições estruturais de conhecimento que o aluno acaba por assimilar. Usar uma metodologia exige esse esforço intelectual, mas quando da certo a gente só vê sorriso.

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  73. Ainda mais necessário que a reflexão acadêmica sobre para que serve e o que a história deve ensinar, é a reflexão individual que cada um deveria ter como parte fundamental de sua formação enquanto profissional para exercer uma função tão complexa quanto o ensino de história, nesse sentido, onde o professor poderia buscar elementos que contribuíssem para este tipo de reflexão? - João Gilberto Solano

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    1. Caro João Ha muita bibliografia sobre ensino e uso de metodologias em história, Diversas universidades e instituições superiores possuem laboratórios de ensino de história e grupos de pesquisa, bem como exemplos da internet. Mas a reflexão é individual a a partir da turma e da realidade de seus alunos, porque que usar modelos metodológicos como receita sem reflexão consciente é receita de bolo que não funciona. Abraço

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  74. Em uma sociedade que tem fácil acesso à informações das mais variadas procedências, como trabalhar a credibilidade do saber histórico diante de relatos contraditórios sobre os mesmos episódios? A exemplo, podemos citar a questão do cangaço, tido como movimento heroico por uns, banditismo por outros. Creio na pertinência desse tema, pois as múltiplas narrativas e seus enfoques contraditórios podem gerar nos alunos um sentimento de que a história é "mentira", "não serve para nada", "é ficção", o que acentua o desinteresse pela disciplina, e retira dela sua ação reflexiva, à medida que assumem essa perspectiva negativa citada. Como trabalhar isso, de forma satisfatória e construtiva?

    Allan Themístocles Galdino Ferreira

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    1. Olá Allan. A critica vem dos Pós-Modernos pela literatura e processos de singularização. As narrativas da História são muitas e isso reflete os olhares, sujeitos e objetos presentes nela, mas a qualidade da narrativa sua verosimilhança, coerência, correspondência, e sua relação com a consciência histórica, individual ou social, dão a ela uma qualidade compreensiva e interpretativa que a torna uma narrativa aceita.
      Bem trabalhar com isso, exige a construção de uma boa narrativa histórica que pode se basear em fontes, fatos, fotos, musica, teoria e historiografia. Por exemplo, podemos explicar o surgimento do universo pelo criacionismo religioso ou a teoria do Big Bang - evolucionista. Nesse processo o conhecimento acumulado da sociedade constroi compreensão válidas. Abraço

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  75. Texto muito esclarecedor, gostaria de me posicionar e pedir a opinião dos colegas e do autor do texto a respeito de uma mudança urgente na acadêmia. Acredito que estamos passando por momentos de mudança profundas nas relações sociais brasileiras o empoderamento de nova parcela da sociedade até pouco tempo marginalizada trouxe novos ares à acadêmia, entretanto, ainda esbarramos em dois pontos fundamentais: 1º - A crise atual que a história vive na minha opinião é resultado de cada vez mais doutores e mestres que longe de buscarem criar conexões de suas pesquisas com a realidade histórica do presente, estão especializando seus trabalhos em pontos quase insignificantes, percebam, que hoje em dia, é melhor publicar em uma revista A1 do que ter seu texto publicado e divulgados em meios digitais e de grande veiculação, vivemos a ditadura do currículo lattes, acredito que isso vem distanciando a história de ampla parcela da sociedade. 2º - O empoderamento desta nova parcela da sociedade está prestes a ser perdido, pois, as lutas por espaço na acadêmia devem vir atreladas a lutas por uma educação básica de qualidade para que o empoderamento seja amplo e sucessório, estamos perdendo neste sentido, e a atual crise politica vem a contribuir com essa perda, afinal se empoderaram os universitários mas não ouve avanços significativos no ensino de história na educação básica. Gostaria de opiniões e pontos vista a respeito deste assunto, a partir das reflexões do texto anterior.

    ULYSSES DE PAIVA FALEIROS NETO

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    1. Caro Ulysses. Concordo com você, sim. Precisamos criticar a academia por suas posturas e pelo silêncio e cegueira em relação ao ensino e distancia da educação básica. Precisamos valorizar pesquisas em educação e isso pode ser facilmente feito pelo MEC ao tornar essa demanda uma agenda politica. Pesquisa em todas ás áreas é fundamental, em apenas algumas é vergonhoso. O professor Universitário dentro de seu perfil, deve abandonar a zona de conforto e desconstruir a postura aristocrática da universidade. Abraços

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  76. Texto muito esclarecedor, gostaria de me posicionar e pedir a opinião dos colegas e do autor do texto a respeito de uma mudança urgente na acadêmia. Acredito que estamos passando por momentos de mudança profundas nas relações sociais brasileiras o empoderamento de nova parcela da sociedade até pouco tempo marginalizada trouxe novos ares à acadêmia, entretanto, ainda esbarramos em dois pontos fundamentais: 1º - A crise atual que a história vive na minha opinião é resultado de cada vez mais doutores e mestres que longe de buscarem criar conexões de suas pesquisas com a realidade histórica do presente, estão especializando seus trabalhos em pontos quase insignificantes, percebam, que hoje em dia, é melhor publicar em uma revista A1 do que ter seu texto publicado e divulgados em meios digitais e de grande veiculação, vivemos a ditadura do currículo lattes, acredito que isso vem distanciando a história de ampla parcela da sociedade. 2º - O empoderamento desta nova parcela da sociedade está prestes a ser perdido, pois, as lutas por espaço na acadêmia devem vir atreladas a lutas por uma educação básica de qualidade para que o empoderamento seja amplo e sucessório, estamos perdendo neste sentido, e a atual crise politica vem a contribuir com essa perda, afinal se empoderaram os universitários mas não ouve avanços significativos no ensino de história na educação básica. Gostaria de opiniões e pontos vista a respeito deste assunto, a partir das reflexões do texto anterior.

    ULYSSES DE PAIVA FALEIROS NETO

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  77. Bom dia!
    Essa discussão entre a aproximação entre a universidade e a sala de aula não é recente, mas percebendo-a como um processo lento e gradual, sei da importância do seu texto para discutirmos sempre novas formas de trabalho escolar e histórico.
    Em nossa formação temos um discurso passado pela universidade, mas que, infelizmente, não nos acompanha na realidade, pois nos deparamos com muitos problemas que ainda persistem. Muitas vezes fazemos trabalhos diferentes, usamos outros meios de passar o conteúdo, mas ainda assim não é sempre, visto que há muita cobrança com o passar todo o conteúdo, se tem turmas numerosas, falta de estrutura da escola, violência e problemas sociais e o professor muitas vezes tem que trabalhar em mais de uma escola. Todos esses fatores tornam a prática fora do contexto do ensino tradicional muito difícil. Gostaria de saber de que forma a universidade poderia atuar de forma mais efetiva, para além da formação universitária, nas escolas de ensino básico? Acho que professores universitários e graduados deveriam estar inseridos no contexto escolar já no processo de formação acadêmica, e trazendo um ensino interdisciplinar, inserindo todas as graduações, e, no nosso caso especifico, contribuindo para um ensino de história mais dinâmico e crítico. Seria a universidade inserida na comunidade.
    Obrigada!
    Erika Derquiane Cavalcante

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    1. Olá Erika. A aproximação tem que acontecer... e concordo com você o debate não é novo, é antigo, o que é mais danoso estamos nos acostumando com isso. Penso em uma possibilidade. existe na universidade os projetos de pesquisa - fruto da dedicação exclusiva. A universidade poderia permitir que professore apresentassem projetos de extensão e pesquisa para as escolas da educação básica. Professores poderiam ter mais formações a partir de seus interesses dentro da faculdade. Os governos estaduais poderiam criar grupos de pesquisa e extensão que congregassem Professores e alunos a universidade e professores e alunos da educação básica. A Minha Universidade - UNESPAR - Paraná - permite que professore com projetos de pesquisa os transformem em projetos de extensão e isso é muito, bom. Podemos pensar mais juntos. Abraço

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  78. A História oscilou em várias correntes historiográficas e que norteiam o pensar acadêmico. Penso que sempre existiu um controle sobre os historiadores dentro da sala de aula. Em seu artigo, você comenta que precisa haver a pesquisa. Mas a geração Google, compra o discurso como verdadeiro e não consegue enxergar o que está por trás do discurso. De que forma incluir na formação de professores de História esta forma de pensar? E por que a Academia está tão distante da realidade escolar?

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    1. Caro Fábio. No texto me referi mais especificamente sobre a pesquisa básica aplicada com nossos alunos para perceber os motivos de suas atitudes ou problemas, os resultados de nossa aula e auferir a construção do conhecimento, nesse sentido. Sobre a pesquisa ser superficial, ou gratuita em sites, penso que toda pesquisa tem que ter reflexão e funcionalidade. Concordo que as correntes historiográficas influenciam o ensinar de história, mas veja, a pesquisa só ganhou contribuições metodológicas na sucessão das correntes. penso que dessa forma a reflexão e a validade sobre a pesquisa podem indicar mudanças. Abraço

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  79. Hoje em dia , está cada vez mais difícil competir com as várias e diversas tecnologias ao redor dos alunos.Apesar de trazermos pra aulas de história, ainda sinto uma lacuna, como a interpretação aprofundada desses alunos , além do interesse de ler sobre algo que traga apreensão da atenção em estudar e aprender a história!
    Além disso,acredito em um abismo entre a realidade de sala de aula e as discussões em mesas redondas das universidades!
    Como podemos unir a prática e a teoria das universidades para a realidade da sala de aula nas aulas de história?

    Sayonara Costa

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  80. Se o professor seguir apenas o que está nos livros didáticos, muitas vezes ele será apenas um repassador de conteúdo, sendo que alguns ainda podem conter erros grosseiros e omissões históricas. Sendo assim, a tarefa do professor fica mais árdua, pois ele precisa ir além, pesquisar mais, saber aprofundar e problematizar os temas para os alunos. Dependendo da carga horária do professor, nem sempre ele vai ter essa disponibilidade. A não valorização do ensino atinge todas as disciplinas.

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  81. Professor Everton Crema,

    Qual o limite (e/ou ponto de encontro) entre a excelência do conteúdo de História a ser ensinado em sala de aula e as questões socioculturais do tempo presente dos alunos? Sei que não podemos desmerecer os fatos e símbolos do tempo no qual estamos inseridos, mas também penso que não podemos, também, depurar a História de discussões sérias e que exigem seriedade e compromisso no processo de discussão do ensino. Diante disso, qual o limite ideal entre a formalidade da discussão e do conteúdo de História e as questões sociais e culturais do tempo de nossos discentes (os “memes” para aulas de História, por exemplo)? Quais as dicas ou sugestões que o senhor tem para nos ajudar? Forte abraço!!!

    Eliakin Ramos Moura da Silva, Professor de História.
    Santa Rita, Paraíba.

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  82. Erika de Vasconcelos Barros9 de março de 2016 às 12:53

    Olá me chamo Érika sou de Sobral-Ceará. Quero parabenizar o autor pelo texto e reflexões. Estou formada há alguns meses e na caminhada da minha vida como universitária tenho enfrentado, pensando maneiras de como enfrentar e quebrar a distancia entre academia e escola que é uma das minha maiores dificuldades. Sou licenciada em história, e apesar do meu curso ter programas como PET e o PIBID que desenvolviam ações nas escolas e projetos na escola,e de ser uma ex petiana ainda sinto que o curso é mais voltado para bacharelado do que para a licenciatura, e após a formatura essa impressão só aumentou. Não sei como esta a situação dos demais cursos e como é nas demais universidades, mas creio que a falta de apoio e parceria com as escolas e principalmente os estágios supervisionados que são poucos: no meu caso uma de observação da escola, um de observação em sala de aula e finalmente o de ir pra escola e lecionar uma aula e sobretudo a metodologia devem ser repensados urgentes. Terminei o curso com a impressão de que ficou faltando algo mais e o pior com impressão de não estar preparada o suficiente. Outro questionamento que faço é que nessa fase atual de prestar concursos para dar aulas no ensino fundamental vi que o conteúdo e as questões cobradas nas provas de concurso são iguais e muito parecidas com as questões que fazia nas provas do meu ensino médio, bem diferente e distante do que foi estudado na academia, e de todo daquele universo de teóricos. Como diminuir essa distancia entre pratica e teoria na escola e na universidade? Abraço! Érika de Vasconcelos Barros

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    1. Olá Erika. O problema da relação entre bacharelado x licenciatura no mesmo curso é problemática e muito frequente. Não servimos a dois senhores. Precisamos aproximar e construirmos juntos possibilidades de realização e transformação do que vivemos. A academia sabe de seu distanciamento, a escola sabe o que vive, devemos refletir juntos. A aproximação que propomos é um ponto de partida, todos ganham, e ninguém perde. Quanto aos modelos de concurso em sua maioria, em todos os níveis, se avalia o nível de conhecimento e não a capacidade de reflexão e compreensão. Tentativas como do Enem estão tentando mudar isso e já há resultados positivos, em colégios que trabalhei o modelo de provas e avaliações está se adaptando aos modelos do Enem. Tudo é um processo para bem e para mal. Estou a disposição. abraço

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  83. Professor, achei o texto fantástico e gostaria de saber se uma metodologia baseada em projeto de trabalho, onde o assunto a ser estudado parte do interesse do estudante, pode ser apontado como um bom caminho para o encurtamento da distância que existe entre o professor que sai dos bancos acadêmicos, daquele que vivência a prática do ensinar a História na sala de aula, principalmente na Educação Básica, uma vez que quando esse estudante se propõe a pesquisa, subentende-se que a proximidade com seu foco de interesse despertará nele uma facilidade maior de se ver como agente da história?

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    1. Cara Maria. Nós temos um currículo, que não é fechado, e que também pode sim receber modificações, adendos e inclusão de temas e conteúdos. Pela minha experiência, modestamente acho que temas de pesquisa dos alunos devem ser utilizados frequentemente, mas nos utilizarmos desse modelo continuadamente parece-me arriscado. Penso que a boa medida em tudo é de grande ajuda. Por vezes, nós podemos dar liberdade na escolha de um tema, mas percebi que com bastante frequência isso acontece a partir de um tema gerador que nós professores ministramos ou apresentamos. Lembrando que a pesquisa escolar é diferente da pesquisa acadêmica, por ser mais restrita e necessariamente mais gostosa e próxima da realidade do aluno. Não estou diminuindo a pesquisa escolar e enaltecendo a pesquisa acadêmica, mas temos que colocar gosto no que nossos alunos fazem. Métodos são importantes, mas fazer algo legal e gostoso na educação básica é mais importante ainda. Abraço.

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  84. Será possível, um dia, deixarmos de lado a tradicionalidade do currículo e dos livros didáticos? Será que a ruptura de tais práticas modificariam a forma de darmos aula e nossa compreensão sobre a importância da disciplina e os objetivos que pretendemos alcançar?

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  85. Olá professor, o texto é fascinante pois de fato nos dias de hoje há muita dificuldade em se ensinar e aprender História. Sendo assim gostaria de saber qual sua opinião sobre essas dificuldades e onde elas estão:Na metodologia de ensino de professores, estruturas curriculares ou desinteresse de alunos?

    Josielia Moura Soares, graduanda em História

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    1. Olá Josielia. No texto da conferência, falamos do distanciamento entre a universidade e a educação básica. Se o problema é a distancia, devemos buscar JUNTOS uma aproximação. A universidade deve olhar para educação básica e tornar ela base de pesquisa e conteúdo acadêmico e isso vem acontecendo. Da mesma forma a Educação Básica deve se aproximar da universidade e se servir dos modelos de pesquisa, teoria e historiografia e isso também vem acontecendo. Precisamos encurtar a distancia e acelerar o passo. Ou seja, construir com diálogo uma aproximação efetiva e eficaz. Parece simples? penso que é sim, em geral as coisas mais simples são as melhores. Abraço

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  86. Será possível, um dia, deixarmos de lado a tradicionalidade do currículo e dos livros didáticos? Será que a ruptura de tais práticas modificariam a forma de darmos aula e nossa compreensão sobre a importância da disciplina e os objetivos que pretendemos alcançar?

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    1. Cara Maria. Acho que o livro didático e partes do que chamamos de uma aula tradicional estarão presentes por muito temo na educação, em grande parte o modelo que existe surgiu no século XIX. O currículo mudará, mas lentamente, exemplo recente, é o problema da Base Nacional Comum e os conteúdos de História. qualquer mudança de currículo enseja novas relações educacionais, cria conflito e tensiona os capitais culturais, sobretudo de observarmos a influência das politicas governamentais. De forma geral, nós professores nos utilizamos do nosso currículo oculto, (conceito) usamos e fazemos o que dominamos e pensamos dar certo. Entretanto existem coisas muito bacanas e legais nos currículos e em suas mudanças, que precisamos saber, apropriar e ensinar. As mudanças na educação mudam sim as formas de se ensinar, mas se a parte que muda, existe a parte que permanece e não pode ser vista a partir de uma visão dualista de bem ou mal, certo e errado. Abraço

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  87. Professor, achei o texto fantástico e gostaria de saber se uma metodologia baseada em projeto de trabalho, onde o assunto a ser estudado parte do interesse do estudante, pode ser apontado como um bom caminho para o encurtamento da distância que existe entre o professor que sai dos bancos acadêmicos, daquele que vivência a prática do ensinar a História na sala de aula, principalmente na Educação Básica, uma vez que quando esse estudante se propõe a pesquisa, subentende-se que a proximidade com seu foco de interesse despertará nele uma facilidade maior de se ver como agente da história?

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    1. Cara Maria. Concordo com você sim. também Temos o modelo de aula oficina, onde o aluno participa diretamente do processo de construção da compreensão histórica, você pode ler Isabel Barca ou Marlene Cainelli. Também pode chegar na aula e perguntar pro aluno o que eles gostariam de pesquisar/ aprender hoje? A uma responda no seminário que replico aqui:
      Lucio Ambrosio Hupalo professor da Rede de Ensino Paranaense. Numa turma difícil e pouco interessada, num certo momento ele cansado da falta de participação pergunta: O que Vocês querem estudar? Os alunos perguntam: Qualquer coisa? e o professor responde! Sim qualquer coisa. Um dos alunos ergue a mão é diz que queria aprender sobre a história do pneu. O professor consente e na próxima aula traz um super conteúdo. O aluno e a turma ficaram maravilhados, coma riqueza e relação da aula com o seu cotidiano e suas carências de orientação a vida prática, daí em diante as relações e interesses melhoram e cresceram em qualidade. Pesquisa funciona, precisamos sair do convencional e permitir que o aluno apresente suas demandas e interesses. Abraço.

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  88. Excelente texto, parabéns. A minha pergunta é a respeito da liberdade do professor em sala de aula. Se houvesse uma maior autonomia do professor de História para lecionar da melhor maneira, sem tantas regras ou 'resumos' de conteúdo devido ao curto tempo que temos para ensinar, as aulas de História teriam melhor resultado? Isso poderia ser melhor absorvido se caso os alunos tivessem contato também com a parte 'prática' da História? Desde já, agradeço,

    Crislli Vieira.

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  89. Excelente texto, parabéns. A minha pergunta é a respeito da liberdade do professor em sala de aula. Se houvesse uma maior autonomia do professor de História para lecionar da melhor maneira, sem tantas regras ou 'resumos' de conteúdo devido ao curto tempo que temos para ensinar, as aulas de História teriam melhor resultado? Isso poderia ser melhor absorvido se caso os alunos tivessem contato também com a parte 'prática' da História? Desde já, agradeço,

    Crislli Vieira.

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    1. Com certeza Crislli, Mais tempo de aula, com a possibilidade de ampliarmos o debate, problematização, pesquisa e leitura com os alunos, utilização de metodologias de ensino, com fotos, fontes, jornais, depoimentos, documentários. Meu Deus seria ótimo, mas penso que o professor e a aula precisam mudar. Imagine que eu sou seu professor e dou uma aula chata e tradicional demais, não estou demonizando professor, mas isso existe e acontece. Você como minha aluna gostaria de ampliar a quantidade de horas e aulas com a minha disciplina? Penso que não. Precismos transformar o ensino com o que temos e podemos fazer isso sim. Abraço

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  90. Boa noite!
    Parabéns pela produção.

    Estudar História não se resume a decorar datas e nomes. Na verdade, isso é só uma pequena parte do conhecimento que essa matéria pode oferecer. Mais importante do que saber quando foi o descobrimento do Brasil, é conseguir relacionar os fatos e perceber que as transformações de uma sociedade não são naturais ou espontâneas, mas determinadas por uma série de fatores anteriores.
    Sempre que tentamos entender por que alguma coisa aconteceu, seja a Inconfidência Mineira ou uma nota baixa na escola, estamos empregando o pensamento histórico, isto é, a busca pelos fatores que originaram esses acontecimentos. "A história não é o estudo do passado pelo passado, é necessário ir ao passado para a compreensão de todos os questionamentos do tempo presente", explica o historiador Tiago Menta.

    Daí surge o demônio da dúvida.
    O que está faltando para os atuais e os novos (e futuros) professores de história na transformação de "simples" aulas em verdadeiros "espetáculos"??
    Obrigado pela contribuição.
    Por: Jonathan Viana da Silva

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    1. Demônio da duvida saia desse corpo que não te pertence! Caro Jonatan, concordo com você e com Tiago mente, mas preciso contribuir no sentido de entendermos que 1 - todos nós temos uma consciência histórica que começa a se formar na tenra infância e parte dela é anterior a educação formal e é nesta consciência, junto com o conhecimento cientifico que nós utilizamos para nos posicionarmos ante as carências de orientação no tempo e da vida prática. 2 a educação histórica é um modelo metodológico de ensino da ciência história, uma pequena diferença. Sobre o que nos tornarmos 'melhores' professores, penso que devemos nos apropriar reflexivamente e verdadeiramente das metodologias de ensino de história e de um modelo de educação histórica. isso implica em conhecer as teorias que fundamento o ensinar e a ´pesquisa, juntas e articuladas, com dedicação vamos construindo um processo, que avaliado e melhorado, pode sim, nos ajudarmos a sermos ótimos professores. Podemos sim. Abraço.

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  91. Olá, acredito que no mundo das "imagens" que vivemos hoje, não somente o ensino de história, mas todas às disciplinas tornaram-se difíceis de ensinar. Nos deparamos diariamente com desafios criados pela própria sociedade que vê na escola e no educador o pai e a mãe que não foram. O que mais chama atenção é que a fantasia criada pela mídia torna o aluno em um infeliz participante da história de sua própria vida, a qual, muitas vezes é constituída de problemas sociais e financeiros que o influenciam a tomar rumos (muitas vezes sem volta) perigosos em sua tão jovem vida. Acredito que o educador deve buscar ultrapassar as barreiras criadas pelos alunos, e por mais difícil que estas sejam, devemos ter fé que nossos atos tanto em sala de aula quanto na sociedade em que vivemos tenham algum proveito na vida de alguém. Nisto, surge a pergunta, devemos manter nossa atitude em sala de aula somente restrita ao profissionalismo dos horários, ou devemos ultrapassar também esta barreira e nos envolvermos mais com uma aula de maior interação buscando não apenas resultados palpáveis mas uma mudança no pensar do aluno?

    Att,
    Leônidas Luiz Rubiano de Assunção.

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    1. Caro Leônidas, Penso que está mais fácil de ensinar história, sobretudo se pensarmos em uma educação histórica, conceito especifico e diferente de teorias educacionais tradicionais, sugiro ler a obras de Maria Auxiliadora Schmidt. Temos mais democracia e liberdade na salas de aula, mais recursos tecnológicos e possibilidades metodológicas, perincipalmente se pensarmos as aulas de história, claro isso traz novos desafios, mas temos muito mais possibilidades. Quanto ao papel de ultrapassarmos as barrerias convencionais do profissionalismo? Sim sou totalmente favorável a isso, podemos sair da sala irmos a museus , visitas de campo e pesquisa e nós professores quando construímos uma afetividade (Paulo Freire) com nossos alunos ela não desliga e liga durante as aulas.Somos e seremos sempre professore, os limites disso estão dados pela ética profissional. Devemos ser respeitosos, atenciosos e nos posicionarmos criticamente em relação ao que o aluno pensa ou fazem. Mas só temos a ganhar. A distancia produz distanciamento. Na educação, na minha compreensão não existe educação sem uma relação de proximidade e respeito entre aluno e professor. Estou a disposição. Abraço

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  92. Boa noite, Profº Everton! Obrigada pela oportunidade de reflexão sobre a prática docente e o mundo acadêmico. Muito boa!
    Sou professora de História há quase 30 anos, desde o 2º ano da graduação fui para a sala de aula em caráter excepcional e nunca mais saí dela. Sou apaixonada pelo meu ofício que não é ensinar simplesmente, é instigar, é propor desafios, deixar sempre um suspense no ar para que aqueles meninos e meninas aguardem a próxima aula cheios de motivação.
    Concordo que há um distanciamento entre a teoria da Universidade e a prática da sala de aula, mas pondero aqui a seguinte questão: enquanto acadêmico em História ou qualquer outro campo de estudo, sou 'obrigada' a passar por situações de extrema crueza teórica, afinal o especialista serei eu! Ao meu ver, isso não significa distanciar-me da prática pedagógica com crianças ou adolescentes. Meu aprendizado teórico e sistematizado é ferramenta e não produto acabado, compreende?
    E, é com este arsenal e outros tantos que vou instigar a produção de conhecimentos pertinentes a idade e contextos locais, sem perder de vista meu referencial teórico mínimo.
    Não sei se me fiz compreender, mas na verdade, compreendo que a Academia e a sala de aula têm dinâmicas distintas e altamente complementares e que o sucesso de uma aula depende muito da própria postura do profissional diante daquilo que ele mesmo acredita. Será que misturei demais a salada? Agradeço sua atenção.
    Ana Lúcia de Cinque Furini

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  93. Cara Ana, Concordo sim, penso que há uma diferença qualitativa entre o que se ensina na universidade e na escola, devendo ir na mesma direção. A didática, e as formas de reflexão, critica e compressão se distanciam do que é ensinado na universidade do que se precisa ensinar na escola. Sim penso que o processo pode ser pensado como ferramenta, mas essa perspectiva deve demostrar um conhecimento sobre o referencial (ferramenta) que precisa ser construído reflexivamente, pois os referencias aplicados sem reflexão viram 'receitas metodológicas' sem vida e é exatamente nisso que a educação histórica e a teoria da educação histórica busca mediar. É como pedir para uma criança se vestir, ela se veste, mas com roupas diferentes da estação do ano. Estou a disposição e estamos no caminho. Abraço.

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  94. Boa noite, parabéns pelo ótimo texto produzido proporcionando um debate enriquecedor, porém os dilemas são muitos; formação de professores, currículo, projeto politico escolar e outros.

    Acredito que é necessário novas propostas para o ensino de História na graduação, no qual é preciso estreitar as teorias metodologias com a realidade da sala de aula principalmente na rede pública de ensino. É evidente que parte do problema problema está na formação do profissional.

    Há uma necessidade de investimentos na melhoria de qualidade na formação de professores, a etapa da graduação é importantíssima no processo. É preciso oferecer aos graduandos uma formação teórico-metodológico consistente, atualizado e de acordo com a realidade do mesmo.

    Será possível proporcionar uma formação solida do profissional? E as realidades educacionais?

    Ítalo Eratóstenes Chagas de Carvalho

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    1. Caro Ítalo, acho que muita coisa boa vem sendo feita, mas penso que esse o nosso desafio, a mudança tem que ser de pensamento na universidade e na educação básica, porque temos sim uma variedade de possibilidades, metodologias e propostas pra melhorar o ensino de História, sim. Temos as teorias da educação histórica e o conceito de educação histórica que inovam e dão outra qualidade ao ensino, muits dos autores que trabalham essa dinâmica estão citados no debate, pecisamos sim arregaçãr as mangas e abrir as nossas menters. Grande Abraço

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  95. A mudança gerada pelas perguntas “Por que aprender História?” e “Como ensinar História?” deve ser pensada para o agora, refazendo a forma de se ensinar História. Novas metodologias de ensino e pesquisa devem ser elaboradas. A pergunta é: todas essas mudanças não esbarrarão em um quesito importante: as grandes provas de avaliação e ingresso no Ensino Superior? Ainda é grande o número dessas provas que possui, em sua avaliação de História, uma forma e visão tradicionais – mais científicas.

    Fábio Maia Pereira de Jesus

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    1. Caro Fábio. Penso que não, porque em geral os modelos avaliativos buscam avaliar conhecimento. A educação histórica busca ultrapassar essa relação ao construir compreensões históricas, que vão além, qualitativamente do conhecimento. Acho que teríamos uma ganho e progressivamente uma mudança sem abrir mão do pensamento cientifico da história, até por que a educação histórica vem de uma teoria científica sobre o ensino da história. Abraço

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  96. Caro prof Everton Carlos. É interessante e animador tudo que nós aprendemos dentro de uma sala de aula em como administrar o curso de História. Mas a realidade de muitas escolas não permitem qu possamos colocar em prática tudo que aprendemos.Tanto falando da logística da escola como também de salas de aulas lotadas e sem infra estrutura. Lhe pergunto de como agir numa istuação dessas em que a propria direçaão coloca obstáculos, obrigando o prof a não se expandir muito, e uniformizando conforme o sistema?

    José FRancisco Protas Tavares.
    josefpt@msn.com

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    1. Caro José. Todo trabalho que começa sofre criticas e um certo imobilismo. Sugiro que você comece a mudar a qualidade de suas aulas, se utilizando das metodologias de ensino de fotos, pinturas, videos, musica, arquivo familiar e tudo mais. Depois de bonsresultados e um certo reconhecimento dos alunos, busque fazer saídas de campo, ir a museus. A escola é extremamente conservadora, naturalmente resiste a mudanças. Com a qualidade de suas aulas melhorada e seus alunos percebendo isso, seu apoio para qualquer coisa aumentará. Pode convidar os pais ou avôs dos alunos pra alguma entrevista ou falar do arquivo familiar. Com resultado e responsabilidade a gente tira Leite de pedra. A respeito da infraestrutura, use o que tem e inove com simples atitudes e estratégias, que vem da leitura, reflexão e aplicação. Abraço

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  97. Trabalho muito relevante!!!

    Para discussão: Até que ponto é ético o professor de usar de sua posição para inculcar aos alunos uma certa corrente ideológica/partidária? Quando o faz não esta tirando o direito do sujeito de livre escolha de pensamento ?

    (José Vando Moreira da Silva – Caruaru/PE - jose_vando@live.com)

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    1. Ola Vando, Obrigado. Penso que o professor de história deve apresentar as ideologias e seus contextos históricos, reflexivamente e criticamente, com naturalidade. As posições politicas dos alunos e suas vinculações partidárias vão se construir naturalmente. A escola, apesar de importante na vida dos alunos, não é o único lugar de conhecimento, informação e de 'verdade'. em nossa aulas ficamos muito pouco com nossos alunos e nem sempre nossos conteúdos permitem uma reflexão mais ideológica. Como disse acho que isso ocorre´normalmente. Condeno o professor que tenta impor qualquer tipo de pensamento ou ideologia. Devemos ensinar nosso aluno a pensar e não a reproduzir pensamentos. Sempre em último nível a escolha é do aluno, ou do adulto que vai se tornar. Abraço

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  98. Bom dia professor, gostei muito do seu texto. Acredito que ainda existe uma distância grande entre o que aprendemos na academia e a realidade da sala de aula. Até os estágios que deveriam nos aproximar da realidade escolar, acabam não o retratando fielmente. Nesse contexto, quando nos deparamos na sala de aula enquanto docentes são vários os questionamentos que nós temos, desde a melhor metodologia, a seleção de conteúdos,etc. Até que consigamos nos adequar e descobrir o melhor caminho a seguir algum tempo já se passou. Minha inquietação reside em como podemos nos preparar para o universo escolar de forma que consigamos transmitir o conhecimento histórico para os alunos de modo relevante num momento em que a escola tem que disputar espaço com as mídias eletrônicas e com o desinteresse do estudante?
    Grata, Adrielle dos Santos Silva.

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    1. Olá Adrielle. Usar dos meios eletrônicos e diversas mídias em sala é uma boa possibilidade. Quanto a realidade escolar x formação universitária, acredito que precisamos aumentar o campo de estágio, trazer a escola a universidade e vice-versa. Mas penso que seria fundamental mudar o modelo de aula universitária, fundamentado em teoria e historiografia, com muito pouca preocupação com a didática do ensino e metodologia. Os professores ensinam muito bem os conteúdos da graduação, mas muito poucos ensinam a ensinar, com o próprio conteúdo. Aí vamos pra sala de aula e temos muita dificuldade em juntar a teoria/historiografia com didática do ensino da história ou uma educação histórica. Estou a disposição. abraço

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  99. Bom dia!
    O texto apresenta reflexões muito relevantes. Foi falado da falta de compromisso dos alunos com a História, acredito que muitas vezes esse descaso se faz presente justamente pela diferença que existe entre o que é passado para os licenciandos na sua formação e a realidade dentro de uma escola, mesmo com programas como PIBID que dá a oportunidade que alunos ao longo da sua formação já tenham este contato com as escolas, o distanciamento continua muito grande, e o professor ao chegar na sala de aula vai se ver perdido. Mesmo em um momento que muito se discute sobre ensino de História, várias pesquisas mostram os pontos positivos de se buscar um ensino que faça sentido para os alunos, através de jogos, histórias de vida, bens patrimoniais.
    Como você pensa que é possível quebrar essa barreira, para que o licenciando ao chegar na escola não se depare com uma realidade diferente?


    Camila Rola Alves

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    1. Cara Camila. Acho que de certa foram, somos resultado da nossa formação, claro que podemos ir além, e isso precisamos fazer sim. Hoje, quando um licenciando vai a escola? No final da formação para os estágios, antes, e com frequência o contato inexiste. Primeiro passo vamos a escola e vamos trazer a escola para a universidade. A distância cria monstros. O contato cria proximidade, reflexão, pesquisa e sem duvida uma contribuição mutua formidável. O que custa isso? um telefonema. Estou a disposição

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  100. Cristina M. Barili Teixeira10 de março de 2016 às 05:53

    Como pedagoga vejo claramente em todos os níveis da educação ao meu redor, que ocorrem as pressões docentes de empoderamento no ensino, baseado na maioria das vezes em modelos tradicionais e conservadores com carência de pesquisa. Acontecem, ainda, como coloca o texto, repetição de lições, conteúdos e avaliações adequadas às exigências de nota e desempenho esperado. Questiona-se sobre as dificuldades de se ensinar história nos dias de hoje, pela falta de compromisso, de leitura, de pesquisa, pelo processo de transformação social e pelos modelos de ensino.
    Penso que na escola básica, o caminho seria o estudo e a práxis de teorias da aprendizagem voltadas às metodologias e teorias dialéticas – como a Metodologia da Mediação Dialética – M.M.D. e a Teoria Histórico-cultural – THC, devendo ser bem focadas na formação inicial, na licenciatura, para poder brotar propostas pedagógicas relevantes, considerando as variáveis que interferem na filogênese e na ontogênese (Vigotski) do alunado, sob os cuidados do pedagogo.

    Discordo do que foi citado sobre as “teorias psicológicas do conhecimento buscam desenvolver dentro da sala de aula, mediações entre o ensino e aprendizagem descontextualizadas” - Schmidt (2009). A que teoria do conhecimento se refere esta autora que busca o ensino com mediações descontextualizadas? O que é mediação para esta tal teoria? Ela permite a análise histórica dos conteúdos, tornando-se a chave para a compreensão lógica dos conceitos, como sugere Vigotski? Qual tem sido sua metodologia nas aulas para transpor o conteúdo científico em conteúdo de ensino? Tem sido levado em conta a ontologia, contrária à epistemologia, que fundamenta-se no Ser, indivisível, concreto, social e não no conhecimento, que é abstrato? Professora e pedagoga Cristina.

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    1. Ola Cristina e obrigado pelas criticas. Concordo que existem novas teorias educacionais que se desenvolveram pela contribuição da neurociência e da psicologia, em critica ou superação as teorias desenvolvimentistas. Entretanto fazemos escolhas e elas vem da realidade e da própria experiência profissional. Penso que a ontologia do conhecimento não é individual e nisso vejo um problema, por isso acredito que a perspectiva de construção de conhecimento se de melhor ou mais eficazmente, a partir da consciência História do aluno, que não é especificamente educacional, é individual, e construída na vida cotidiana e se inicia antes do acesso a educação formal. Dessa foram ele pensa com naturalidade dentro da própria dinâmica da história, numa relação direta com o conhecimento e experiência. Também penso que as formas de pensamento e construção do conhecimento científico, ou da ciência de referência, tem diferenças importantes e concretas, sobretudo na história, onde a abstração acontece na formulação da compreensão e não sobre a realidade do cotidiano. A abstração deve levar a compreensão da realidade e não a compreensão do processo de abstração. Também digo que dentro das teorias de ensino de história e da própria educação histórica, há problemas teóricos e metodológicos, como em qualquer teoria. Estou a disposição. Abraço.

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  101. Bom dia, essa dificuldade do professor de historia, principalmente no ensino publico existe pelo fato da educacao brasileira estar ligada com politicas educacionais defasadas ligadas a interesse pessoais dos governantes?

    Leonardo Jose Alves Costa

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    1. Caro Leonardo. Penso que não se desconsiderarmos os problemas políticos e sua relação coma educação ( se fosse possível), os problemas de formação, da própria educação permaneceriam. Estamos deixando de reproduzir modelos educacionais externos e há algum tempo estamos construindo modelos educacionais próximos e relacionados com a realidade social brasileira e isso é uma avanço considerável.Claro que a critica ao universo da educação seus acertos e problemas é importante, mas devemos olhar esse universo dentro dele, com ele. Abraço

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  102. O que podemos fazer, enquanto professores, para minimizar o distanciamento entre o aprendizado nas universidades e o que ensinamos na sala de aula? Pois nas universidades não temos uma visão clara e consciência de como as experiencias podem ser transmitidas.
    E de acordo com a vivencia escolar, com que frequência podemos utilizar dinâmicas e/ou a tecnologia a favor da aproximação do aluno ao estudo da história e as mudanças sociais através do tempo?

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    1. Cara Bruna, penso que, podemos nos aproximar, chamar professores da educação básica para falas da sua experiência docente, do que da certo em sala de aula na Universidade. Podemos chamar nos colégios para uma fala, conversa, debate, curso porfessores universitários. Podemos criar participar de grupos de reflexão e pesquisa sobre a educação história. Criar esses grupos não é privilégio da universidade, basta boa vontade e um ou dois colegas bacanas. A frequência, penso que varia em função dos usos metodológicos e da profundidade em que você os utiliza na sala. Levar fotos e jornais para complementar um conteúdo é uma coisa, e é boa também. Mas estruturar uma aula a partir de fontes, musica etc..., é outra. Mas a gente na caminhada vai percebendo, ainda que tenhamos que levar em consideração a turma que temos. Algumas topam tudo, outras nem tanto. Estou a disposição.

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  103. Muito interessante o texto, pois realmente o ensino de história poderia sim ser mais contextualizado!
    Mas você realmente acredita que é possível melhorar apenas o ensino de história com a educação que temos hoje no Brasil? Você acha que não seria melhor melhorar toda a educação para que tudo mudasse como um todo?
    Talia da silva

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    1. Cara Talia, penso e acredito a educação como um tdoo e também a educação história (diferente do ensino de história tradicional) como um processo, nós precisamos construir as condições de mudança e tudo começa com debate, reflexão, pesquisa e realização. Mudar como um todo, acho difícil, até porque isso seria uma revolução se pensasemos historicamente. Abraço

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  104. Prezado Everton Crema, queria parabenizá-lo pelo texto. Eu como graduando em Licenciatura às vezes me pego perguntando a mim mesmo: “Poxa, quando eu estiver exercendo efetivamente a docência, como vou ensinar História para os meus alunos?” Sabe-se que não existe uma fórmula mágica. Com certeza muitos que já trabalham em sala de aula também têm se questionado de como melhorar o ensino da sua matéria. Como foi mencionado no texto, acredito que tentar encaixar a realidade do aluno com a aprendizagem da História é o caminho, pois é certo que muitos se perguntam: “Pra que eu estou estudando isso? Vai me servir pra que no meu futuro?” Esses mesmos questionamento nós temos que fazer, no sentido de cada vez mais aperfeiçoarmos a nossa maneira de ensinar História.

    Cláudio Renato Pereira da Silva

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  105. Falando especificamente no caso do Paraná, acredito que o currículo é muito inconsistente, a divisão por temáticas, abre muitas brechas e ao mesmo tempo direciona muito o conteúdo, particularmente não gosto dessa história eurocêntrica, mas percebo nos debates sobre a BNCC que muitos colegas a defendem. Os desafios estão muito mais em trazer o conteúdo para próximo do estudante, mostrar o quanto determinados momentos da história da humanidade são importantes para sua formação como ser social e como vamos fazer isso ensinando história fragmentada, sem trazer para o contexto do aluno? Além disso, a DCE de história basicamente ignora a existência da história regional.

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  106. Assim como diz Mark Prensky (2001) "Os nossos estudantes mudaram radicalmente e hoje, já não são a população para quem o sistema educacional foi concebido para ensinar".
    Ser nativo digital, irá ajudar ou atrapalhar nossas crianças com o decorrer do tempo ?

    Kamila Nunes.

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  107. Professor

    Tento em minha prática pedagógica romper com essa lógica imposta de se cumprir o program ,pois penso que seja mais importante levar o aluno a pensar historicamente , instrumentalizá-lo para que tenha condiçoes de ler textos históricos realizar a leitura do mundo com criticidade, no fim, utilizo o conteudo como pretexto para a formação humana, no entanto confesso , que acabo me sentindo pressionada quando vejo colegas da área tão preocupados.Como é possível ao professor de Historia trabalhar com seus alunos História numa perspectiva de formação da consciência Histórica, se somos cada vez mais pressionados a gerar resultados positivos para as avaliações externas?

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